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Fabiano Santos Florentino
Fabiano Santos Florentino

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Ciclo De Vida De Software

A engenharia de software tem como objetivo, a aplicação de metodologias no processo de desenvolvimento, visando a promoção da qualidade, aumento da produtividade e redução dos custos. A criação de software foi subestimada e realizada sem nenhuma metodologia, gerando erros em sistemas, como: problemas de cálculos, perdas financeiras e de tempo. Nesse período, podemos dizer que houve a Crise do Software. Com isso, em 1967 a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) designou o termo Engenharia de Software para adequar o processo de desenvolvimento de software com metodologias, já utilizadas em outras engenharias. Uma série de metodologias e técnicas passaram a ser utilizadas antes, durante e depois da criação dos softwares. Dados históricos apontam que houve uma diminuição brutal nos problemas no desenvolvimento de softwares após a adoção dessas metodologias, fazendo com que a indústria de software pudesse entregar sistemas com maior qualidade, em menos tempo e com custos reduzidos de manutenção.

Fases de Ciclo de Vida do Software

O ciclo de vida de software pode ser conceituado como uma estrutura contendo processos, atividades e tarefas envolvidas na criação, operação ou manutenção de um software. Ele abrange toda a vida de um sistema desde o início, onde as definições de seus requisitos são reconhecidas, até o final, onde ele não é mais utilizado. No começo de um projeto de software, o tipo de ciclo de vida geralmente é a primeira decisão a ser tomada.

Atualmente existe um grande conjunto de ciclos de vida de software, sendo alguns deles: Cascata, Modelo em V, Incremental, Evolutivo, RAD, Prototipagem, Espiral, Modelo de Ciclo de Vida Associado ao RUP. Cada um deles possui características que podem ser uma vantagem ou desvantagem, dependendo do contexto do software que será desenvolvido.`

  • Modelos Tradicionais

Os modelos clássicos foram criados entre os anos de 70 e 90 por meio de evoluções ocorridas no desenvolvimento de software para resolver problemas que eram barreiras na criação de sistemas de alta qualidade.

O modelo cascata foi um dos primeiros a ser proposto, sendo referenciado em livros e amplamente conhecido até hoje. Após sua criação, diversos problemas foram apontados, surgindo, então, outros modelos como o espiral e o prototipação. Ocorre, ainda, a evolução dos modelos de ciclo de vida, fazendo com que, atualmente, existam diversos modelos sendo utilizados.

É muito importante entender os modelos tradicionais, identificar quais foram as evoluções ocorridas e o motivo de determinadas características presentes nos modelos que utilizamos hoje.

  • Modelo Cascata

O modelo de ciclo de vida cascata é uma abordagem linear e sequencial de desenvolvimento de software que segue uma ordem específica de fases: análise de requisitos, projeto, implementação, testes e manutenção. Cada fase só começa depois que a fase anterior é concluída. O modelo cascata é uma metodologia muito rígida e não permite voltar às fases anteriores, tornando difícil acomodar mudanças de requisitos. É uma abordagem adequada para projetos com requisitos bem definidos e estáveis, onde mudanças significativas são improváveis.

  • Modelo em V

O modelo em V é uma abordagem que enfatiza a verificação e validação durante todo o processo de desenvolvimento de software. Ele é semelhante ao modelo cascata, mas enfatiza a importância dos testes. O modelo em V segue um conjunto de fases sequenciais, como o modelo cascata, mas as fases de verificação e validação são adicionadas em paralelo a cada fase de desenvolvimento. O modelo em V permite que erros sejam identificados cedo e corrigidos de forma mais eficiente, tornando-o uma abordagem mais flexível do que o modelo cascata. É uma abordagem adequada para projetos de médio e grande porte, onde é essencial garantir a qualidade do software.

  • Modelo Incremental

No modelo incremental, o sistema é dividido em partes que são desenvolvidas e entregues de forma independente. Quando uma dessas partes é finalizada, ela é incrementada ao sistema, formando, ao final, o sistema completo. Conhecer este modelo é muito interessante, pois muitas empresas ainda utilizam quando existe pouca mão de obra para implementar um software.

  • Evolutivo

O modelo evolutivo é uma abordagem iterativa de desenvolvimento de software que se concentra na entrega de um produto básico funcional, seguido de melhorias iterativas ao longo do tempo. Cada iteração constrói sobre o produto existente para adicionar novas funcionalidades ou melhorar as existentes. O modelo evolutivo é ideal para projetos em que os requisitos mudam com frequência ou onde é difícil ter uma visão clara do produto final. O modelo evolutivo permite que os usuários finais experimentem o produto e forneçam feedback, o que ajuda a orientar o desenvolvimento e melhoria contínua do produto.

  • RAD

O modelo RAD (Rapid Application Development) é uma abordagem iterativa e incremental de desenvolvimento de software que enfatiza a entrega rápida de protótipos de software em um curto período de tempo. Ele é baseado na ideia de que é melhor entregar um software funcional com menos recursos do que um software completo, mas demorado. O modelo RAD é adequado para projetos de pequeno porte em que a rapidez é mais importante do que a perfeição. Uma das principais vantagens do modelo RAD é que ele permite que o usuário final visualize o produto mais cedo e forneça feedback, o que ajuda a orientar o desenvolvimento.

  • Espiral

O modelo em espiral é uma abordagem iterativa de desenvolvimento de software que se concentra em identificar e gerenciar os riscos do projeto. O modelo em espiral envolve a criação de um protótipo e a avaliação contínua dos riscos do projeto. Cada iteração envolve uma análise cuidadosa dos riscos e ações para mitigá-los. O modelo em espiral é adequado para projetos complexos em que os requisitos são incertos e o envolvimento do usuário final é fundamental. O modelo em espiral ajuda a minimizar os riscos do projeto e a garantir que o produto final seja de alta qualidade e atenda aos requisitos do usuário final.

  • Modelo de Ciclo de Vida Associado ao RUP

O modelo de ciclo de vida associado ao RUP (Rational Unified Process) é uma abordagem iterativa e incremental de desenvolvimento de software que se concentra na entrega de software em pequenos incrementos. Ele é baseado em quatro fases: iniciação, elaboração, construção e transição. Cada fase tem suas próprias atividades, entregas e marcos, e é concluída antes de passar para a próxima fase. O modelo de ciclo de vida associado ao RUP é adequado para projetos grandes e complexos em que a colaboração da equipe é fundamental. Ele ajuda a garantir que o produto final atenda aos requisitos do usuário final e seja entregue no prazo e no orçamento previstos.

Conclusão

Existem muitos modelos de ciclo de vida de software diferentes, cada um com suas próprias vantagens e desvantagens. A escolha do modelo de ciclo de vida correto depende do tipo de projeto, dos requisitos do cliente, da equipe de desenvolvimento e de outros fatores importantes. Alguns modelos, como o modelo em cascata e o modelo em V, são mais adequados para projetos com requisitos claros e estáveis, enquanto outros, como o modelo incremental e o modelo evolutivo, são mais adequados para projetos em que os requisitos são menos claros e podem mudar ao longo do tempo.

Independentemente do modelo escolhido, é importante lembrar que o desenvolvimento de software é um processo iterativo e que é necessário testar, validar e refinar continuamente o software para garantir que ele atenda aos requisitos do usuário final. Além disso, é importante envolver os usuários finais e outros stakeholders desde o início do projeto para garantir que o software atenda às suas necessidades e expectativas.

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