Automatizar processos pode parecer o caminho mais rápido para ganhar eficiência, mas sem um entendimento profundo e bem definido dos procedimentos, o impacto pode ser o oposto. Do ponto de vista de Developer Experience (DevX), a automação deve ser uma facilitadora, não uma geradora de complexidade ou frustração.
Antes de qualquer automação, é crucial assegurar que os processos estejam claros e organizados, respondendo a perguntas como:
Qual é o objetivo e o valor entregue por este processo?
Quais são os pontos críticos que exigem maior atenção?
Existem interdependências com outros times ou ferramentas?
Quais são os resultados esperados em cada etapa?
Procedimentos mal definidos não apenas geram retrabalho, mas afetam diretamente a experiência dos desenvolvedores, que acabam gastando mais tempo navegando por fluxos confusos ou adaptando-se a soluções mal implementadas.
Como DevRel em Platform Engineering, vejo que uma boa experiência do desenvolvedor começa com uma base sólida. Processos claros e bem documentados garantem que a automação seja um ativo que amplifica a produtividade, não um passivo que amplifica falhas.
Além disso, ao envolver todas as partes interessadas (SREs, Devs, DevOps, etc.) na definição e validação dos procedimentos, criamos um ciclo contínuo de feedback e melhoria. A automação não deve ser uma decisão isolada, mas um passo colaborativo, orquestrado com base na real experiência do dia a dia.
A automação bem-sucedida é aquela que respeita o escopo, é sustentada por uma documentação robusta e promove uma experiência fluida para todos os envolvidos. Mais do que eficiência, ela deve trazer clareza, confiança e alinhamento para os times.
Lembre-se: antes de automatizar, alinhe, defina e entregue valor com processos bem desenhados. É assim que criamos sistemas que realmente funcionam para pessoas.
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