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Arthur Fonseca
Arthur Fonseca

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Paul Arden: Quão grande você quer ser? Parte 2 — É minha culpa e não esconda suas ideias (ruins)

“Se a gente nunca se perde, jamais encontra um caminho novo” Joan Littlewood

Dando continuidade nos posts sobre Paul Arden, falaremos agora sobre dois pontos bem interessantes: Assumir a culpa e não esconder suas ideias.


My fault

Quando falamos sobre assumir a culpa de algo em que estamos envolvidos, é interessante entender que na maioria das vezes buscamos justificar nossas falhas apontando para outras pessoas… são bem comuns as seguintes frases:

Não me deram tempo suficiente!

O cliente não me escutou!

Eu estava em mais de um projeto!

Uma provocação que Arden faz é:

SE ESTIVER envolvido em algo que deu errado, jamais culpe os outros. Culpe apenas a você mesmo.

Se pôs a mão em alguma coisa, aceite toda a responsabilidade pelo trabalho.

A questão é: sejam quais forem as falhas dos outros, você deve arcar com a responsabilidade.

Não há desculpas

Para além disso, um ponto que acho interessante também, é que dado o problema, em uma cultura DevOps, a busca por culpados só irá trazer uma caça às bruxas, e evitar que as pessoas se exponham. No final das contas, é muito mais importante levantar os pontos que levaram ao problema e pensar em como resolvê-lo.

Isso me lembra uma história que ouvi no curso de DevOps Master com o Heinz Nevermann. Reza a lenda, conta o mito, que foram aplicar DevOps em um hospital.

Após algumas semanas de aplicação descobriu-se que o número de “problemas aumentou”.

Sob uma primeira análise, poderia-se argumentar que a aplicação de DevOps havia sido um fracasso, pois os erros aumentavam, porém, olhando com mais atenção alguns pontos, o que poderíamos concluir é que na verdade esses erros sempre estiveram lá, as pessoas só tinham receio de levantá-los dado a Cultura da Culpa.

Sobre DevOps e sua cultura, recomendo muito os cursos da HNZ. Recentemente inclusive foi lançado um curso de DevSecOps.

Ainda sobre o Heinz, tive o prazer de participar de uma conversa junto a caras fantásticos como:

Sua carreira com DevOps

Já falei e repito, bora fazer uma squad lá na AIS Digital nunca pedi nada para vocês… já tem até nome… os Antagonistas (créditos Rodrigo)…


Do que são formadas as ideias?

Ideias, uma palavra muito fera quando você participa de grupos de startups.

Não conte sua ideia para os outros, pois, eles vão pegar elas e executá-la!

Essa frase é repetida a exaustão por várias pessoas… creio que só perde para o tanto de vezes que ela é dita em reuniões para criação de startups, como na Founder Institute.

O ponto aqui é mostrar um anti-pattern: uma ideia não executada é isso… só uma ideia.

Nos eventos da Founder as pessoas são encorajadas a compartilhar suas ideias… Com isso, outros podem criticá-la ou apontar gaps.

Como bem disse Arden:

As ideias são conhecimento aberto. Não reivindique a propriedade delas. Afinal, elas não são ideias suas, são de outra pessoa. Estão por ai, flutuando no espaço.

E continua em Tudo o que você pensa, pense ao contrário

Mas se uma ideia não é adotada e usada como solução para um problema, não tem valor algum.

Torna-se uma não-ideia.

Jogada em uma gaveta ela é inútil, é um completo desperdício de espaço.

Ideias tem que ser aplicadas antes que sejam reconhecidas como boas ideias.

Mesmo uma ideia ruim executada é melhor que uma boa ideia não aproveitada


Compartilhando conhecimento

Hoje aconteceu um insight bem fera comigo… o que me motivou a escrever novamente posts aqui. É comum pensarmos em escrever ou compartilhar conhecimento que ninguém tenha, ou algo “inovador”. Acabamos então não escrevendo sobre coisas que já sabemos, por qualquer que seja o motivo.

Hoje, no LinkedIn vi esse post escrito pelo Hébert Coelho:

How to Install Multiple Versions of Java on the Same Machine

Já uso o SDKMan há bastante tempo, mas creio que nunca escrevi sobre ele. Li então o post do Hébert e falei: po… fera!

Foi quando Anthony Accioly escreveu:

Have you heard about asdf-vm? It’s just like sdkman but works with all languages and most dev tools, I’ve replaced sdkman, pyenv and nvm with it. It even manages Maven and Gradle on my machine ;).

Ao ler isso pensei: Cara… não é só como se eu escrevesse coisas que eu já sei para compartilhar com as outras pessoas, é como se as outras pessoas também fizessem o mesmo com coisas que eu não sei, e isso retornasse para mim!

Ao semelhante ao que Arden escreve:

Por alguma razão, quanto mais você revela, mais recebe de volta

Eu não conhecia o ASDF-VM, graças a um post sobre SDKMan pude conhecer, e colocar na fila de experimentos.

É exatamente por isso que quero compartilhar o que aprendi sobre Corda Blockchain no meu repositório do GitHub, algo que farei após esses posts sobre o Arden. No final das contas, não interessa se fiz certo ou não… vai que algum me ajuda a entender isso melhor!? Ou a evoluir minha arquitetura!?


A gente podia…

Sobre ideias, para terminar, gostaria de terminar propondo a você arcar com suas ideias.

Uma frase que ouço desde o tempo de escola é o famoso: “A gente podia”.

Não sei se para outras pessoas isso gera outro resultado, mas para mim, geralmente acarreta no famoso anti-pattern de ideias: faz aí.

Quando geralmente ouço isso, por mais que a ideia da pessoa seja boa, sempre falo para ela tomar a dianteira, criar uma PoC, implementar algo da ideia. Se arriscar… correr o risco de se expor.

Uma das vantagens de se compartilhar esses conhecimentos e aplicá-los é poder estressas as possibilidades e descobrir se a ideia é boa ou não… nesse caso, o feito é melhor que o perfeito, e caso descubramos que a ideia tem gaps, pivotamos.

Afinal, não dá para eu ser o cara do “a gente podia” de todas as ideias…

Sobre isso discutiremos mais em: Paul Arden: Pensando ao contrário! Parte 1 — Insensatez e perfeição.

Até lá…


Esse post faz parte de uma série sobre Paul Arden e dois de seus livros: Não basta ser bom, é preciso querer ser bom e Tudo o que você pensa, pense ao contrário.

A série completa é:


Original post published at https://medium.com on September 12th, 2020.

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