Uma das coisas mais comuns (ou deveria ser) quando estamos desenvolvendo um projeto é se perguntar, quais são as boas práticas de programação que devemos utilizar. Seguindo esse contexto fiz um compilado de boas práticas que costumo seguir tanto nos meus projetos pessoais quanto no ambiente profissional.
Nas próximas linhas, vou explorar 7 boas práticas e padrões de desenvolvimento que sigo e me ajudam a escrever códigos melhores, melhorando não só a qualidade, mas também a minha produtividade e do time a qual integro.
1. Adote Convenções de Nomenclatura Consistentes
A consistência é uma das chaves para manter o código organizado e fácil de entender. Seguir convenções de nomenclatura ajuda a garantir que todos no time sigam um padrão claro, evitando confusões. Em Java, as convenções mais usadas incluem:
-
Classes e Interfaces: utilize PascalCase (exemplo:
Usuario
,Carro
). -
Métodos e Variáveis: a convenção mais adequada aqui é o camelCase (exemplo:
calcularTotal
,nomeCliente
). -
Constantes: para constantes, adote letras maiúsculas e separação por underscore (exemplo:
TAMANHO_MAXIMO
,VALOR_DEFAULT
). - Pacotes: os nomes de pacotes devem ser escritos em letras minúsculas e seguir o padrão reverse domain name, ou seja, o nome do domínio invertido.
Esses padrões tornam o código mais fácil de ler e compreensível para qualquer desenvolvedor que trabalhe no projeto.
2. Aplique a Programação Orientada a Objetos (POO)
A programação orientada a objetos é um dos princípios fundamentais do Java, e adotar suas práticas adequadas pode fazer uma grande diferença no design do seu código. A POO permite uma melhor organização, reutilização de código e facilidade de manutenção. Algumas diretrizes incluem:
-
Encapsulamento: proteja os dados dentro de suas classes e permita que o acesso a esses dados seja feito apenas por meio de métodos controlados (GETs e SETs). Usar modificadores como
private
ouprotected
pode prevenir acessos indesejados. - Herança: embora útil, a herança deve ser usada com cautela para não gerar hierarquias complexas e difíceis de gerenciar. Prefira composição quando possível.
- Polimorfismo: facilita a troca de comportamentos de objetos em tempo de execução, o que pode ser útil para tornar seu código mais flexível.
Seguir esses princípios ajuda a criar um código mais modular, o que facilita alterações e expansão no futuro.
3. Evite Redundância com o Princípio DRY (Don't Repeat Yourself)
A duplicação de código pode levar a erros e dificuldades em manutenção. O princípio DRY sugere que você deve evitar escrever o mesmo trecho de código várias vezes. Quando encontrar um padrão repetitivo, refatore-o para uma função ou classe reutilizável. Isso facilita a manutenção e reduz o risco de bugs.
Por exemplo, se você tem um código de validação de dados que se repete em várias partes do programa, considere extrair esse código para um método único ou até uma classe específica. Isso melhora a clareza e torna o código mais fácil de refatorar futuramente.
4. Comentários: Quando Usar e Quando Evitar
Comentários são uma ferramenta poderosa para explicar a lógica por trás de decisões difíceis de código, mas não devem ser usados para explicar o óbvio. Se o código é bem escrito e segue boas práticas de nomenclatura, ele deve ser autoexplicativo. Utilize comentários para:
- Descrever decisões de design complexas.
- Explicar por que uma abordagem foi escolhida quando não há uma solução clara.
- Fornecer contexto adicional em casos que envolvem lógica complicada ou requisitos específicos.
Os comentários são importantes para explicar o "porquê" de uma decisão de código, mas não o "o quê" ou "como". -Blog: Cubos Academy
Evite comentar simplesmente para "explicar" o que uma linha de código faz — um bom código deve ser capaz de falar por si.
5. Testes Automatizados: Garantindo Qualidade do Código
Uma das melhores maneiras de garantir que seu código funcione corretamente é escrever testes automatizados. Eles ajudam a identificar problemas cedo, evitam regressões e melhoram a confiança na implementação. Os principais tipos de testes incluem:
- Testes Unitários: testam unidades isoladas de código, como métodos ou funções. Utilizar ferramentas como JUnit pode automatizar esse processo.
- Testes de Integração: avaliam a interação entre diferentes partes do sistema. São cruciais para garantir que o sistema como um todo funcione conforme o esperado.
Adicionar testes automatizados ao seu fluxo de trabalho pode parecer trabalhoso no início, mas a longo prazo, aumenta a eficiência e reduz o risco de falhas no código.
6. Gerenciamento Eficiente de Exceções
Lidar com exceções corretamente é crucial para garantir que seu software seja robusto e resiliente. Algumas dicas para um bom gerenciamento de exceções incluem:
- Exceções Específicas: sempre que possível, lance exceções específicas em vez de utilizar Exception genéricas. Isso torna o código mais fácil de entender e depurar.
- Evite Exceções Silenciosas: nunca capture uma exceção sem tratá-la adequadamente ou, pelo menos, logar a mensagem de erro. Ignorar exceções pode esconder problemas críticos no sistema.
- try-with-resources: utilize essa abordagem ao trabalhar com recursos como arquivos e conexões de banco de dados. Ela garante que esses recursos sejam fechados automaticamente ao final do uso, evitando vazamentos de memória.
Ao seguir boas práticas de tratamento de exceções, seu código se torna mais confiável e fácil de manter.
7. Adote Padrões de Projeto (Design Patterns)
Design Patterns são soluções comprovadas para problemas recorrentes no desenvolvimento de software. Em Java, alguns padrões clássicos que podem ajudar a estruturar seu código de forma mais eficiente incluem:
- Singleton: garante que uma classe tenha apenas uma instância e fornece um ponto global de acesso a ela.
- Factory: permite a criação de objetos sem especificar a classe exata a ser instanciada. Isso facilita a extensão do código sem alterar as partes que dependem dessa criação.
- Strategy: permite alterar o comportamento de um objeto em tempo de execução, sem modificar a classe que o utiliza. Esses padrões são valiosos para garantir que seu código seja escalável, flexível e fácil de entender.
Bônus: Utilize Ferramentas de Qualidade de Código em Java
Ferramentas de qualidade de código são fundamentais para identificar problemas no código antes que eles afetem o funcionamento da aplicação. Para projetos Java, considere utilizar as seguintes ferramentas:
- Linters: analisam o estilo e a consistência do código, garantindo que ele siga as melhores práticas e convenções do Java (exemplo: Checkstyle).
- Analisadores Estáticos: detectam potenciais erros, vulnerabilidades e problemas de desempenho sem a necessidade de execução do código (exemplo: SonarQube).
- Formatadores Automáticos: asseguram que o código esteja sempre formatado conforme as convenções de estilo, como o padrão do Google Java (exemplo: Google Java Format).
Referencias utilizadas:
- https://napoleon.com.br/glossario/o-que-e-java-naming-conventions/
- https://www.devmedia.com.br/programacao-orientada-a-objetos-com-java/18449
- https://www.macoratti.net/16/04/net_dry1.htm
- https://caffeinealgorithm.com/blog/comentarios-em-java
- https://www.devmedia.com.br/testes-automatizados-com-junit/30324
- https://blog.cubos.academy/java-boas-praticas-e-padroes-de-codigo/
- https://www.baeldung.com/java-try-with-resources
- https://devnit.medium.com/gerenciamento-de-exce%C3%A7%C3%B5es-em-java-e-spring-boot-melhores-pr%C3%A1ticas-a0395db28df7
- https://refactoring.guru/pt-br/design-patterns/java
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