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Patrick Augusto
Patrick Augusto

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Por que saí de uma empresa com mais de 10k de funcionários pra uma de 50?

Bom dia, boa tarde, boa noite!
Esse post é original do Medium, a partir de hoje, todos meus posts quero trazer pra cá. Medium tem perdido minha atração.

Vamos lá!

Se você já passou pelos meus posts, sabe que eu falo sobre conteúdos técnicos e não técnicos.

Se está aqui pela primeira vez, sinta-se à vontade. Me chamo Patrick, sou desenvolvedor full-stack. Estou com praticamente 3 anos de carreira e, por mais que seja pouco, tenho algumas experiências pra contar.

Hoje, quero falar sobre decisões e carreira. Bora?

A big tech

Quando comecei minha vida de trabalhador com carteira assinada, entrei nessa empresa. Com 18 anos, comecei atendendo clientes e levando algumas xingadas, diariamente.

Tive boas oportunidades, inclusive a de me tornar um desenvolvedor, mesmo não tendo faculdade ou já tendo estudado antes (nesse quesito, eu entendo perfeitamente que eu tive um caminho diferente do comum, cada um vai ter uma trajetória diferente).

Após estudar por alguns meses, consegui uma vaga internamente.

Trabalhei de 2018 até 2023, foram quase 5 anos de empresa! Isso é tempo pra caramba! Fiz muita coisa, de atendimento, processos, documentação, desenvolvimento, etc. E, obviamente, tudo contribuiu pro meu aprendizado!

Mas, recentemente, eu saí para uma oportunidade que surgiu, ser desenvolvedor em uma empresa relativamente pequena, em questão de quantidade de funcionários.

Mas você deve estar se perguntando: “você poderia ter um futuro grande nessa empresa”, ou então “você foi doido de sair de uma empresa grande pra uma pequena”.

E esses questionamentos estão corretos! Vou explicar.

Minha decisão

Desde que virei desenvolvedor, tive altos e baixos. Mas, depois que comecei a ganhar corpo na área (e melhorar meu LinkedIn), comecei a receber propostas de outras empresas.

Quando recebi a primeira, uma chave começou a virar na minha cabeça. Um misto de medo com ansiedade, “meu Deus eu nem sei desenvolver direito, o que você quer?”.

Fiz vários testes técnicos dessas propostas, e a maioria eu passei.

E agora?? O que fazer?

Nas primeiras, única coisa que eu fiz foi: chegar no meu chefe, falar da proposta e, por fim, negociar salário. E isso aconteceu pelo menos duas ou três vezes.

Aqui, entra meu primeiro motivo de ter saído da empresa:

Não me sentia reconhecido

O reconhecimento vem de várias formas, seja moral, você recebendo desafios, e um dos que pesa mais: salário.

Puts, eu como dev, no nível que eu estava, ganhando tão pouco? E pra aumentar meu salário eu tinha sempre que pedir pra sair?

Eu olhava a média salarial e me questionava em que mundo eu vivia.

Trabalhar por 5 anos na mesma empresa me cegou um pouco, principalmente por ter sido o primeiro emprego. Eu me questionava, eles me deram oportunidades e me ensinaram a ser um desenvolvedor, então eu pensava que precisaria recompensar isso!

Aqui, podemos tirar uma boa lição:

Não se prenda a um CNPJ

Acima de tudo, uma empresa é apenas uma empresa, e se você fizer qualquer coisa que não gostem, você vai virar estatística!

Por que então quando a relação é inversa, temos que dar tudo pra empresa? Nossa vida, nossa saúde.

Ter um emprego é ótimo, mas entenda que um CNPJ não vai ter empatia com você na hora de te mandar embora.

Dito isso, eu mudei minha visão. Eu não precisava dar o resto da minha vida à eles, só por que me formaram como desenvolvedor! Uma hora o filho sai de casa.

E foi isso que aconteceu

Eu saí de casa.

Com medo, querendo voltar. Lembrando que eu estava a quase 5 anos lá, foi tempo suficiente pra fazer meu nome, mostrar do que eu era capaz. E eu teria que passar por isso de novo?

E outra! E se eu não der conta?

Esse foi um dos maiores pensamentos que eu tive em todo processo de decisão.

Meu ritmo diário de trabalho seria COMPLETAMENTE diferente. Eu iria codar mais, me desafiar mais, fazer muito mais.

E eu me agarrei nisso. Em encarar o desafio de fazer coisas que eu não estava acostumado, mas que eu iria encontrar formas de fazer!

A questão aqui é: sempre teremos medo de mudanças.

Mas meu Deus! Mudar é bom! Por que temos medo?

Mudar é bom, mas o processo até a mudança é dolorosa e desafiadora!

Que decisão bem feita!

E foi difícil, vivia com ansiedade no começo, pensando que uma hora iriam descobrir que sou um impostor.

Mas não foi isso que aconteceu, fui pegando projetos legais, projetos grandes. No primeiro foi difícil, no segundo foi um pouco menos, no terceiro, fluiu bem melhor.

E hoje me sinto muito realizado como desenvolvedor, estou programando muito e me sinto vivo como programador.

Nós nos movemos disso, desafios e bugs pra corrigir. É assim que um programador fica alegre. E é assim que evoluímos.

Mas, eu não falei muito em relação ao título do texto, vamos lá!

Big tech vs small tech

O que vou falar aqui é opinião pessoal e baseado no que eu vivi.

Tamanho de empresa depende do seu objetivo como profissional.

Uma empresa grande te dá estabilidade, você pode ter uma carreira longa e promissora em uma big tech, o crescimento salarial pode demorar, mas é constante.

Uma empresa pequena, te dá liberdade, você conhece a empresa praticamente de ponta a ponta, o contato com gestores/donos é muito mais facilitado, e o salário pode ser exponencialmente maior.

E agora posso dizer que tive ambas as experiências. Eu tinha um bom futuro na big tech, porém meus objetivos pessoais eram muito maiores do que estar estável em uma empresa.

Um pequeno disclaimer: venho falando durante o texto, sobre o tamanho da empresa em questão de funcionários. Mas, não quer dizer que a empresa é pequena em tamanho de lucro/mercado, beleza? Lembre-se disso!

O que avaliei antes de mudar?

Acho importante dizer o que me levou a mudar, e quais foram os motivos.

  • Salário: esse, com certeza, foi o principal. Você pode pensar que eu só penso em dinheiro. Bom, vivemos no capitalismo e precisamos de dinheiro pra viver, então pra mim é um ótimo motivo.
  • Dia a dia: o que eu fazia diariamente estava me consumindo, e me desanimando! Eu trabalhava com suporte, e quase não programava coisas novas. E isso me deixava triste como desenvolvedor, eu precisava sujar mais a mão no código! Eu programava em projetos pessoais sim, porém precisava disso no dia a dia, no trabalho!
  • Analisei se a empresa recebia investimentos externos: aqui vai uma discussão importante, nos últimos meses pós pandemia vimos muitas demissões em massa, que continuam ocorrendo. A maioria se deve ao fato de empresas receberem rodadas de investimentos muito boas, contratarem uma galera pra suprir os objetivos, e uma hora a fonte de dinheiro esgota, pelo simples motivo de que a empresa não gerava o próprio lucro. Aqui eu questionei (na entrevista) quem queria me contratar, e pra minha surpresa a empresa nunca, em 8 anos de sobrevivência, a empresa recebeu investimentos de fora (mesmo recebendo boas propostas). Isso brilhou meus olhos, a empresa sobreviveu e passou por momentos difíceis sozinha, mesmo tendo ofertas. Então, se estão me contratando por um ótimo salário, é por que eles têm como me pagar.

Conclusão

Em alguns momentos, precisamos abrir mão da estabilidade, sair da zona de conforto e jogar o game de verdade.

Você só saberá como vai ser, apenas se você se arriscar. Eu não tinha muito a perder, tudo depende do seu momento atual de vida. Provavelmente eu não arriscaria tanto se eu tivesse em outro momento de vida ou com mais responsabilidades. Talvez sim, talvez não.

Com certeza essa foi a primeira decisões de muitas, e sei que logo terei que tomar outras decisões importantes.

A questão é, se permita! Se permita errar, arriscar, quebrar a cara!

Sua vida profissional pode depender disso.

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