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Rodrigo de Oliveira
Rodrigo de Oliveira

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O que o Mr Robot nos ensina sobre bugs

Às vezes, agimos como se os bugs aparecessem em nosso código sozinhos, mas todos sabemos que isso não é verdade. Os erros no meu código foram escritos por mim. Eu não quis escrevê-los. Eu não queria escrevê-los. Mas eu fiz assim mesmo.

Eu me lembro quando li pela primeira vez Al Shalloway referir-se a um bug como “código que ele havia escrito” e me ocorreu, eu sou o autor dos bugs no meu código. Não havia mais ninguém para culpar além de mim.

Muitas equipes acumulam bugs. Em vez de observar a mensagem que os bugs estão nos dizendo e corrigi-los assim que são encontrados, eles os identificam, rastreiam e dizem a eles mesmos que um dia eles vão se livrar deles.

Boa sorte.

Esse número simplesmente cresce e cresce até que haja tantos bugs que torna inviável corrigir, assim aprende-se a viver com a maioria deles e os bugs puxam o projeto para baixo.

Bugs são frequentemente a ponta do iceberg, eles são o prenúncio de algo muito pior que está por vir, um sinal de alerta de que as coisas estão indo mal. Devemos prestar atenção a esses avisos e não ignorá-los.

Alguns bugs se escondem muito bem e encontrá-los, muitas vezes, pode ser a parte mais difícil de elimina-los. Um velho amigo me diz que encontrar um bug em um sistema grande é como ser informado de que há uma palavra incorreta em um dicionário. Consertar uma palavra incorreta é fácil, encontrar a palavra incorreta pode ser demorado e entediante.

Na série Mr. Robot, no episódio 1.2_d3bug.mkv, Elliot diz: “Debugar não é só sobre encontrar o bug. É sobre entender por que o bug estava lá para começar. Saber que sua existência não foi acidental. ”

Eu tenho lidado com bugs por muitos anos como desenvolvedor, mas só recentemente comecei a vê-los pelo que eles realmente são: falhas no meu processo de desenvolvimento de software.

E como os insetos, os bugs de softwares precisam das condições certas para se reproduzir. Bugs não acontecem, nós os deixamos acontecer.

Mas não tem que ser assim. Em vez de acumular bugs, podemos reconhecê-los pelos mensageiros que são e atender a mensagem deles para retomar o caminho. Todo bug é um teste ausente, uma distinção crítica que não conseguimos perceber. Se pudermos ver isso, nós podemos não apenas consertar esse bug, mas também vencer uma série inteira de bugs.

Se pudermos ver um bug como o que realmente é, então ele se torna meu professor e nós nos tornamos seus alunos agradecidos.

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