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Matheus Chaves
Matheus Chaves

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Dominando o HTTP Interceptor do Angular para Gestão de Autorização de APIs

No mundo do desenvolvimento de aplicações web modernas, o Angular se destaca como um dos frameworks front-end mais populares, oferecendo um ecossistema rico e robusto para construir aplicações escaláveis e eficientes. Um dos recursos mais poderosos do Angular é o HTTP Interceptor, uma ferramenta que permite aos desenvolvedores interceptar e manipular requisições e respostas HTTP de maneira elegante e eficaz.

Neste artigo, vamos mergulhar no universo dos HTTP Interceptors do Angular, explorando como eles podem ser cruciais na gestão de autorizações em chamadas de API. A autorização é um aspecto fundamental na segurança das aplicações, assegurando que somente usuários com permissões adequadas possam acessar recursos restritos. Ao entender e utilizar corretamente os HTTP Interceptors, desenvolvedores podem implementar sistemas de autorização eficientes, adicionando camadas de segurança e melhorando a experiência do usuário.

Através de exemplos práticos, demonstraremos como configurar e usar HTTP Interceptors para adicionar tokens de autenticação em cabeçalhos de requisições, como tratar respostas de erro relacionadas à autorização, e como essas práticas podem otimizar a interação entre o front-end e as APIs. Se você está buscando aprofundar seus conhecimentos em Angular e elevar a segurança e eficiência das suas aplicações, este artigo é para você. Vamos começar!

1.Entendendo o HTTP Interceptor

No coração do Angular, um framework robusto e versátil para aplicações web, reside uma ferramenta poderosa conhecida como HTTP Interceptor. Este componente desempenha um papel crucial no processamento de requisições e respostas HTTP, atuando como um intermediário entre a aplicação e o servidor. Vamos desvendar o que é um HTTP Interceptor e como ele pode ser uma peça chave na arquitetura de uma aplicação Angular.

O que é um HTTP Interceptor?

Um HTTP Interceptor, no contexto do Angular, é essencialmente uma classe que implementa a interface HttpInterceptor. Esta interface permite a interceptação de requisições e respostas HTTP, possibilitando que os desenvolvedores modifiquem, adicionem ou removam informações dessas requisições ou respostas antes de serem enviadas ou recebidas pela aplicação.

Como Funciona?

O funcionamento de um HTTP Interceptor é baseado na ideia de middleware. Assim que uma requisição é feita por um serviço Angular, ela passa por uma cadeia de interceptores antes de ser enviada ao servidor. Da mesma forma, as respostas do servidor passam por essa cadeia antes de chegarem ao serviço que fez a requisição. Cada interceptor tem a oportunidade de processar e modificar a requisição ou resposta. Isso inclui ações como adicionar cabeçalhos de autenticação, registrar informações para fins de depuração, ou até mesmo alterar o conteúdo da resposta.

Por que é Importante?

A importância dos HTTP Interceptors no Angular não pode ser subestimada. Eles oferecem um ponto centralizado para lidar com tarefas comuns em várias requisições e respostas. Por exemplo, se sua aplicação precisa adicionar um token de autenticação a todas as chamadas de API, um interceptor pode fazer isso de forma eficiente, sem a necessidade de modificar cada serviço individualmente. Isso resulta em um código mais limpo, fácil de manter e menos propenso a erros.

Flexibilidade e Poder

Os HTTP Interceptors oferecem uma grande flexibilidade. Eles podem ser configurados para atuar apenas em certos tipos de requisições ou respostas, ou podem ser encadeados juntos para realizar múltiplas operações em sequência. Esta capacidade de personalização permite que os desenvolvedores construam uma lógica complexa de processamento de requisições de maneira organizada e reutilizável.

Nesta seção, exploramos o básico do que é um HTTP Interceptor e como ele opera dentro do ecossistema Angular. Esta compreensão é fundamental antes de mergulharmos nas especificidades de como usar interceptors para gerenciar a autorização de APIs, o que será nosso foco nas próximas seções.

2.Casos de Uso para Autorização

Ao desenvolver aplicações web com o Angular, um dos desafios mais comuns é a implementação de um sistema eficiente de autorização. Esta seção explora como os HTTP Interceptors podem ser utilizados para gerenciar a autorização em chamadas de API, destacando cenários comuns e a flexibilidade que esses interceptors oferecem.

Adicionando Tokens de Autenticação

Um dos usos mais frequentes de HTTP Interceptors em relação à autorização é a inclusão automática de tokens de autenticação nas requisições. Em muitas aplicações, após o usuário se autenticar, ele recebe um token (como um JWT - JSON Web Token) que deve ser enviado em todas as requisições subsequentes para acessar recursos protegidos. Usando um interceptor, este token pode ser adicionado automaticamente aos cabeçalhos de todas as requisições, garantindo uma gestão de autorização consistente e segura.

Exemplo prático:

@Injectable()
export class AuthInterceptor implements HttpInterceptor {
  constructor(private authService: AuthService) {}

  intercept(req: HttpRequest<any>, next: HttpHandler): Observable<HttpEvent<any>> {
    const authToken = this.authService.getAuthToken();
    const authReq = req.clone({ headers: req.headers.set('Authorization', `Bearer ${authToken}`) });
    return next.handle(authReq);
  }
}

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Neste exemplo, o interceptor adiciona o token de autenticação ao cabeçalho Authorization de cada requisição.

Gerenciando Acesso a Recursos Baseado em Permissões

Outro caso de uso comum é o controle de acesso a recursos com base nas permissões do usuário. O interceptor pode ser utilizado para verificar se o usuário possui as permissões necessárias para a requisição em questão, e em caso negativo, pode-se redirecionar para uma página de erro ou login.

Tratando Respostas de Erro de Autorização

Além de adicionar autorização às requisições, os interceptors também são úteis para lidar com respostas de erro relacionadas à autorização. Por exemplo, se uma resposta retorna um erro 401 (Não Autorizado), o interceptor pode automaticamente redirecionar o usuário para a página de login ou mostrar uma mensagem de erro adequada.

Exemplo Prático:

intercept(req: HttpRequest<any>, next: HttpHandler): Observable<HttpEvent<any>> {
  return next.handle(req).pipe(
    catchError((error: HttpErrorResponse) => {
      if (error.status === 401) {
        // Redirecionar para a página de login ou mostrar mensagem de erro
      }
      return throwError(error);
    })
  );
}

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Este exemplo mostra como um interceptor pode capturar erros de autorização e tomar ações apropriadas.

Os HTTP Interceptors oferecem uma abordagem centralizada e eficiente para gerenciar a autorização em aplicações Angular. Eles permitem a implementação de um sistema de autorização robusto e seguro, reduzindo a complexidade e aumentando a confiabilidade do controle de acesso em aplicações web. Nas próximas seções, vamos detalhar como implementar e configurar um HTTP Interceptor para tratar especificamente de questões de autorização.

3.Implementando um HTTP Interceptor para Autorização

Agora que entendemos os casos de uso para autorização usando HTTP Interceptors no Angular, vamos nos aprofundar na implementação prática de um interceptor destinado a gerenciar autorizações de API. Esta seção guiará você através do processo de criação de um interceptor personalizado, focando em como adicionar cabeçalhos de autorização e como configurá-lo no módulo da aplicação.

Passo 1: Criando o Interceptor

Primeiro, você precisa criar uma classe que implemente a interface HttpInterceptor. Esta classe definirá a lógica para manipular as requisições e respostas HTTP.

import { Injectable } from '@angular/core';
import { HttpInterceptor, HttpRequest, HttpHandler, HttpEvent } from '@angular/common/http';
import { Observable } from 'rxjs';

@Injectable()
export class AuthInterceptor implements HttpInterceptor {

  constructor(private authService: AuthService) {}

  intercept(req: HttpRequest<any>, next: HttpHandler): Observable<HttpEvent<any>> {
    const authToken = this.authService.getAuthToken();

    // Clonar a requisição original e substituir o cabeçalho de autorização
    const authReq = req.clone({
      headers: req.headers.set('Authorization', `Bearer ${authToken}`)
    });

    // Enviar a requisição clonada com o cabeçalho de autorização
    return next.handle(authReq);
  }
}

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Passo 2: Fornecendo o Interceptor

Após criar a classe do interceptor, você precisa adicionar ela ao módulo da sua aplicação. Isso é feito fornecendo o interceptor na seção de providers do módulo.

import { HTTP_INTERCEPTORS } from '@angular/common/http';

@NgModule({
  ...
  providers: [
    ...,
    { provide: HTTP_INTERCEPTORS, useClass: AuthInterceptor, multi: true }
  ],
  ...
})
export class AppModule { }

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Neste código, HTTP_INTERCEPTORS é um token de injeção que permite adicionar o interceptor à cadeia de processamento de requisições HTTP. O flag multi: true é necessário porque você pode querer registrar múltiplos interceptors.

Passo 3: Implementando a Lógica de Autorização

Dentro do método intercept, você pode implementar a lógica específica para a autorização. No exemplo acima, o interceptor verifica se existe um token de autenticação disponível através de um serviço de autenticação (AuthService). Se um token estiver disponível, ele é adicionado ao cabeçalho Authorization da requisição.

Passo 4: Tratando Erros de Autorização nas Respostas

Além de adicionar tokens às requisições, seu interceptor também pode ser configurado para lidar com respostas que indiquem falhas de autorização.

intercept(req: HttpRequest<any>, next: HttpHandler): Observable<HttpEvent<any>> {
  return next.handle(req).pipe(
    catchError((error: HttpErrorResponse) => {
      if (error.status === 401) {
        // Lógica para lidar com erros de autorização
      }
      return throwError(error);
    })
  );
}

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Este código adiciona um operador catchError para lidar com respostas que retornem um status HTTP 401, indicando uma falha de autorização.

Conclusão da Implementação

A implementação de um HTTP Interceptor para autorização no Angular oferece uma abordagem centralizada e eficiente para gerenciar tokens de autenticação e outros aspectos de autorização em suas chamadas de API. Esta abordagem não só simplifica a manutenção do código, mas também reforça a segurança da aplicação, garantindo que todas as requisições sejam devidamente autorizadas e tratadas de acordo com as políticas definidas.

4.Tratando Erros de Autorização

Depois de implementar um HTTP Interceptor para gerenciar a autorização em sua aplicação Angular, o próximo passo crucial é tratar adequadamente os erros de autorização. Estes erros podem ocorrer quando um usuário tenta acessar um recurso sem as credenciais adequadas ou quando o token de autenticação expira. Nesta seção, exploraremos como configurar seu interceptor para lidar com esses cenários, garantindo uma experiência de usuário suave e segura.

Identificando Erros de Autorização

Os erros de autorização geralmente são identificados por códigos de status HTTP específicos. Os mais comuns são:

  • 401 Não Autorizado: Indica que a requisição foi feita sem credenciais válidas.
  • 403 Proibido: Significa que o usuário está autenticado, mas não tem permissão para acessar o recurso solicitado. ### Exemplo de Tratamento de Erros de Autorização Vamos adicionar lógica ao nosso interceptor para lidar com esses erros. O objetivo é capturar esses erros e tomar ações apropriadas, como redirecionar o usuário para a página de login ou exibir uma mensagem de erro.
import { HttpInterceptor, HttpRequest, HttpHandler, HttpEvent, HttpErrorResponse } from '@angular/common/http';
import { Observable, throwError } from 'rxjs';
import { catchError } from 'rxjs/operators';
import { Router } from '@angular/router';

@Injectable()
export class AuthInterceptor implements HttpInterceptor {

  constructor(private router: Router) {}

  intercept(req: HttpRequest<any>, next: HttpHandler): Observable<HttpEvent<any>> {
    return next.handle(req).pipe(
      catchError((error: HttpErrorResponse) => {
        if (error.status === 401) {
          // Redirecionar para a página de login
          this.router.navigate(['/login']);
        } else if (error.status === 403) {
          // Exibir mensagem de acesso negado
          // Código para mostrar a mensagem
        }
        return throwError(error);
      })
    );
  }
}

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Neste exemplo, usamos catchError para interceptar erros na resposta. Se o erro for um 401, redirecionamos o usuário para a página de login. Se for um 403, mostramos uma mensagem indicando que o acesso ao recurso é proibido.

Importância de um Feedback Adequado

É essencial fornecer feedback claro ao usuário em caso de erros de autorização. Isso pode incluir mensagens de erro explicativas ou redirecionamentos para páginas apropriadas. Tal feedback ajuda a evitar confusões e melhora a experiência do usuário.

Renovação Automática de Tokens

Em alguns casos, você pode querer implementar uma lógica para renovar tokens de autenticação automaticamente quando eles expiram. Isso pode ser feito detectando erros de 401, solicitando um novo token e repetindo a requisição original com o novo token.

Conclusão

Tratar erros de autorização de forma eficaz é uma parte crucial do desenvolvimento de aplicações seguras e amigáveis ao usuário. Com o uso de HTTP Interceptors no Angular, você pode centralizar e padronizar o tratamento desses erros, garantindo que sua aplicação se comporte de maneira consistente e previsível em todos os cenários de autorização.

5.Dicas e Melhores Práticas

Implementar HTTP Interceptors no Angular para gerenciar a autorização é uma prática poderosa, mas como com qualquer ferramenta, seu uso eficaz requer atenção a certas melhores práticas e considerações. Esta seção fornece dicas e recomendações para garantir que seu uso de HTTP Interceptors para autorização seja seguro, eficiente e manutenível.

A. Segurança dos Tokens de Autenticação

Armazenamento Seguro: Armazene tokens de autenticação com segurança, preferencialmente em cookies HTTP-only, que são menos suscetíveis a ataques XSS (Cross-Site Scripting) em comparação com o armazenamento local.
Validação do Token: Certifique-se de que os tokens sejam validados no lado do servidor em cada requisição para evitar falsificações.

B. Gerenciamento Eficiente de Erros

Tratamento de Erros Consistente: Assegure um tratamento de erros consistente e centralizado. Evite a repetição de lógica de tratamento de erros em diferentes partes do seu código.
Feedback ao Usuário: Forneça feedback claro e imediato aos usuários em caso de falhas de autorização, como mensagens de erro ou redirecionamentos.

C. Performance e Otimização

Evitar Sobrecarga: Embora os interceptors sejam úteis, tenha cuidado para não sobrecarregá-los com lógicas desnecessárias, o que pode afetar a performance da aplicação.
Caching de Tokens: Considere implementar mecanismos de caching para os tokens de autenticação para evitar requisições desnecessárias ao servidor.

D. Princípios de Design de Código

Modularidade: Mantenha seu interceptor focado e responsável por uma única tarefa (neste caso, autorização). Isso facilita a manutenção e testes.
Reutilização de Código: Aproveite a natureza reutilizável dos interceptors para aplicar lógicas comuns de autorização em diferentes partes da aplicação.

E. Testes Rigorosos

Testar Diferentes Cenários: Certifique-se de testar seu interceptor em vários cenários de autorização para garantir que ele se comporta conforme esperado.
Testes Automatizados: Implemente testes automatizados para o seu interceptor para identificar rapidamente regressões e outros problemas.

F. Atualização e Manutenção

Manter-se Atualizado com as Práticas de Segurança: As práticas de segurança estão sempre evoluindo. Mantenha-se atualizado e revise seu interceptor periodicamente para garantir conformidade com as melhores práticas de segurança.
Documentação: Mantenha uma documentação clara sobre como seu interceptor funciona e como ele deve ser usado na aplicação.

Conclusão

Usar HTTP Interceptors para gerenciar a autorização em aplicações Angular oferece um controle poderoso e centralizado sobre aspectos críticos de segurança e acesso. Seguindo estas dicas e melhores práticas, você pode garantir que seu interceptor não só melhore a segurança e a eficiência da sua aplicação, mas também seja fácil de manter e escalar conforme suas necessidades evoluem.

Tudo que é bom chega ao fim

Através deste artigo, exploramos em profundidade o papel crucial dos HTTP Interceptors no Angular, especialmente no contexto de autorização e segurança de APIs. Começamos entendendo o que são HTTP Interceptors e como eles funcionam, seguido por uma discussão sobre seus diversos casos de uso em cenários de autorização. Em seguida, mergulhamos na implementação prática de um interceptor personalizado para gerenciar tokens de autenticação e tratamento de erros de autorização, finalizando com dicas e melhores práticas para garantir uma aplicação segura e eficiente.

Os HTTP Interceptors oferecem uma maneira poderosa e flexível de gerenciar autorizações, tratamento de erros e outros aspectos transversais das requisições HTTP em aplicações Angular. Com a implementação adequada, eles podem significativamente melhorar a segurança, manutenibilidade e a experiência do usuário em suas aplicações.

Referências

Documentação oficial do Angular - HTTP Interceptors
Artigo sobre Segurança em Angular - Angular Security Best Practices
JSON Web Tokens (JWT) - Introdução ao JWT
Artigos e tutoriais sobre Angular - Angular In Depth
Blog sobre desenvolvimento Angular - Thoughtram Blog
Essas referências são um excelente ponto de partida para aprofundar seus conhecimentos sobre HTTP Interceptors e práticas de segurança no Angular. Acompanhar as tendências e atualizações na documentação oficial do Angular e outras fontes respeitáveis é essencial para manter suas habilidades e conhecimentos atualizados.

Top comments (2)

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Raphael Batista Fontão

O artigo está um pouco defasado, pois aborda os interceptors em forma de classe, sendo que isso mudou a partir do Angular 15, e, agora, os interceptors são funcionais (baseados em função, não em classe), e até a forma como "registramos" eles mudou. Ainda é possível usar em formato de classe, mas muda a forma de "registrar" eles na aplicação, pois são tratados como DI-interceptors. Acho que vale revisar o artigo para abordar esses novos conceitos. Referência: angular.dev/guide/http/interceptors

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Matheus Chaves

Interessante seu ponto Raphael, mas também preciso dizer que minha intenção em escrever o post para versões anteriores a 15 é que alguns projetos do meu círculo de amigos dev usa versões anteriores por conta de alguns bibliotecas próprias de projetos que usam angular como front embarcado.