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Zoey de Souza Pessanha
Zoey de Souza Pessanha

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Ambiente de desevolvimento Elixir/Phoenix com Nix

Nos artigos anteriores, escrevi uma breve introdução ao Nix, apresentei algumas vantagens e exemplos,
e a especificação da sintaxe da linaguagem além de apresentar alguns contras e limitações dessa ferramenta!

Neste artigo irei mostrar um exemplo de configuração para um ambiente de desenvolvimento de projetos na linguagem
Elixir com o mix e também suporte ao framework Phoenix

Requisitos

Os únicos requisitos para seguir este tutorial é ter um conhecimento brévio sobre o ecossistema Elixir e
possuir o gerenciador de pacotes Nix instalado no seu sistema.

Caso esteja usando a distribuição NixOS, o gerenciador de pacotes já estará disponível.

Projeto base criado com o mix

O mix é a ferramenta de contrução utilizada no ecossistema Elixir para compilar seu projeto,
realizar tarefas mix, rodar os testes de sua apliação dentre outras funcionalidades.

Para torná-lo acessível num ambiente isolado, crie um arquivo shell.nix, com esse conteúdo:

{ pkgs ? import <nixpkgs> {} }:

with pkgs;

let
  elixirDrv = elixir.override {
    version = "1.11.4";
    rev = "308255bda81e7f76f9bec838cef033e8e869981b";
    sha256 = "1y8fbhli29agf84ja0fwz6gf22a46738b50nwy26yvcl2n2zl9d8";
    minimumOTPVersion = "23";
  };
in mkShell {
  name = "exemplo_dev";

  buildInputs = [ readline elixirDrv ]

  shellHook = ''
    mkdir -p .nix-mix
    mkdir -p .nix-hex
    export MIX_HOME=$PWD/.nix-mix
    export HEX_HOME=$PWD/.nix-hex
    export PATH=$MIX_HOME/bin:$PATH
    export PATH=$HEX_HOME/bin:$PATH
    export LANG=en_US.UTF-8
    export ERL_AFLAGS="-kernel shell_history enabled"
    export ERL_LIBS=$HEX_HOME/lib/erlang/lib
  '';
}
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Com isso, execute nix-shell ou nix-shell <caminho/para/shell.nix> e você poderá
utilizar o mix!

Vamos desconstruir esse arquivo:

{ pkgs ? import <nixpkgs> {} }:

with pkgs;
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No começo do arquivo importamos os pacotes a aprtir do repositório nixpkgs e trazemos todas as opções desse
módulo para o escopo léxico atual.

Já dentro do bloco let...in, sobrescrevo a versão do pacote da linguagem Elixir, que atualmente está na versão 1.10.4
no canal estável:

elixirDrv = elixir.override {
  version = "1.11.4";
  rev = "308255bda81e7f76f9bec838cef033e8e869981b";
  sha256 = "1y8fbhli29agf84ja0fwz6gf22a46738b50nwy26yvcl2n2zl9d8";
  minimumOTPVersion = "23";
};
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Essa expressão pode ser usada para utilizar qualquer versão da linguagem. Existem versões anteriores já envelopadas
no reposiório nixpkgs como os pacotes elixir_1_9 e elixir_1_7.

Dentro da derivção especial mkShell, definimos um nome para esse ambiente e depois definimos a opção buildInputs,
que presenta quais são as dependências desse ambiente a ser criado:

buildInputs = [ readline elixirDrv ]
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E por último declaramos um pequeno script que será executado antes do ambiente ser criado:

shellHook = ''
  mkdir -p .nix-mix
  mkdir -p .nix-hex
  export MIX_HOME=$PWD/.nix-mix
  export HEX_HOME=$PWD/.nix-hex
  export PATH=$MIX_HOME/bin:$PATH
  export PATH=$HEX_HOME/bin:$PATH
  export LANG=en_US.UTF-8
  export ERL_AFLAGS="-kernel shell_history enabled"
  export ERL_LIBS=$HEX_HOME/lib/erlang/lib
'';
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Neste exemplo, criamos dois diretórios para abrigar as instalações locais
do mix e hex, tornamos disponmíveis os seus executáveis, e definimos duas
variáveis ambiente referentes à BEAM:

  1. ERL_AFLAGS: o conteúdo dessa variáveis é adicionado no começo do comando erl
  2. ERL_LIBS: necessária caso você já possua uma instalação local de elixir, suprimindo os avisos que a biblioteca padrão está sendo redefinida durante a compilação

Projetos Phoenix

Já para projetos Phoenix, devemos realizar algumas mudanças no arquivo shell.nix.

Phoenix + PostgreSQL

A primeira mudança é na opção buildInputs, onde adicionamos algumas dependência para compilação de
algumas dependências do projeto dentre outros utilitários:

buildInputs = [
  gnumake
  gcc
  readline
  openssl
  zlib
  libxml2
  curl
  libiconv
  # minha versão do pacote `elixir`
  elixirDrv
  glibcLocales
  nodejs-12_x
  yarn
  postgresql
  gtk-engine-murrine
] ++ lib.optional stdenv.isLinux [ 
      inotify-tools 
      # dependência do GTK para usar o observer
      gtk-engine-murrine 
    ]
  ++ lib.optionals stdenv.isDarwin (with darwin.apple_sdk.frameworks; [
      CoreFoundation
      CoreServices
    ]);
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A segunda alteração é no script inicial do ambiente, onde definimos algumas váriaveis ambiente
para configuração do servidor do PostgreSQL e criamos um usuário padrão.

Para isso, adicione os seguintes comandos na opção shellHook:

export PGHOST=$PWD/.postgres
export PGDATA=$PGHOST/data
export PGLOG=$PGHOST/postgres.log
export PGPASSWORD=postgres

if [ ! -d $PGDATA ]; then
  echo 'Initializing postgresql database...'
  initdb --auth=trust --no-locale --encoding=UTF8 >/dev/null
fi

# inicializando o servidor
pg_ctl start -l $PGLOG -o "--unix_socket_directories='$PGHOST'"

# verifica se existe um usuário padrão, caso contrário ele é criado
psql -d postgres -tAc "SELECT 1 FROM pg_roles WHERE rolname='postgres'" | grep -q 1 \
  || createuser -s postgres

# assim que você sair do ambiente criado pelo `nix-shell`
# o servidor do postgres será desligado 
finish() {
  pg_ctl -D $PGDATA stop
}

trap finish EXIT
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O código completo desta expressão Nix está disponível neste gist.

Phoenix + MariaDB/MySQL

Caso você esteja usando o MariaDB ou MySQL como SGBD, apenas altere a útilma parte do shellHook, removendo
as opções relacionadas ao PostgreSQL e adicionando essas linhas:

export MYSQL_BASEDIR=${pkgs.mariadb}
export MYSQL_HOME=$PWD/mysql
export MYSQL_DATADIR=$MYSQL_HOME/data
export MYSQL_UNIX_PORT=$MYSQL_HOME/mysql.sock
export MYSQL_PID_FILE=$MYSQL_HOME/mysql.pid

mysql_install_db --datadir=$MYSQL_DATADIR --basedir=$MYSQL_BASEDIR --pid-file=$MYSQL_PID_FILE
mysqld --datadir=$MYSQL_DATADIR --pid-file=$MYSQL_PID_FILE --socket=$MYSQL_UNIX_PORT &
export MYSQL_PID=$!

finish() {
  mysqladmin --socket=$MYSQL_UNIX_PORT shutdown
  kill $MYSQL_PID
  wait $MYSQL_PID
}
trap finish EXIT
Enter fullscreen mode Exit fullscreen mode

Conclusão

Utilizando essas derivações, é possível configurar um ambiente de densenvolvimento totalmente reproduzível
e estável em poucos minutos!

Vale lembrar que esta derivação é plenamente editável e pode ser adaptada para outros tipo de ambientes,
por exemplo aplicações Rails, Django ou mesmo Express ou AdonisJS.

Este post foi publicado com minha ferramenta de linha de comando devit!
Você pode encontrar instruções para instalação neste link.

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