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Leila Oliveira
Leila Oliveira

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Carta para uma desenvolvedora iniciante desesperada

Oi amiga dev, tudo bem?

Hoje, venho falar de um sentimento chato que acompanha qualquer pessoa que está flertando com a área de desenvolvimento: o que estudar, que caminho seguir?

Quando entrei na faculdade de Sistemas de Informação em 2010, eu sabia que queria trabalhar com análise de sistemas, mas não sabia bem o que significava esse trabalho.

O primeiro semestre foi horrível, teoria, teoria, teoria, não entendia nada, ou melhor, nada fazia sentido e ainda tinha um tal de Pascal que me tirava do sério.

No segundo semestre, tive aulas de programação com linguagem C e a coisa foi piorando... Depois tive mais aulas de estruturas de dados, pesquisa e ordenação em C e comecei a reavaliar meu interesse na área de desenvolvimento (eu literalmente odiava programação).

Comecei a trabalhar no suporte técnico e a saída era estudar assuntos da área de infra (antes de desistir de vez da área), comecei a ler livros e etc.

Até que um convite para participar de um projeto de iniciação científica em Java apareceu e aí me desafiei e me apaixonei pela linguagem que hoje me permite comprar o pão de cada dia.

As incertezas não pararam por aí. Até aquele momento, eu mal tinha tempo pra estudar e não sabia como estudar já que não teríamos a disciplina de Java no curso. Seguindo dicas de amigos e professores, fui estudando conforme dava, quase mudei de linguagem de programação, mas Java já me dava um prazer e um conforto que nenhuma outra dava. Mesmo assim, aprendi a programar em VB.net e fiz alguns projetos pro trabalho que ainda era de suporte, que ajudou muito na administração dos laboratórios de informática (fazia suporte técnico nos Labs da mesma facul que estudei).

O feedback foi tão bom, me senti deixando um legado, que me motivou a tentar fazer algo em Java. E eu tinha uma ideia de sistema e resolvi desenvolver sozinha.

Aprendi muito sobre JavaEE, Hibernate, MySql, HTML e CSS... Bati muito a cabeça com uma série de erros de sistema, arquitetura, testes, coisas que depois de um tempo fui entendendo os porquês e como não passar por eles novamente. Mas ainda não me sentia capaz de sair pegando projeto sozinha, até porque, queria viver a experiência de fazer parte de uma equipe de desenvolvimento verdade.

Como foi difícil. Nenhuma empresa queria alguém sem experiência em carteira. Mesmo fazendo projetos pessoais.

Me formei em 2013 e segui com os estudos em casa, até que uma empresa decidiu apostar em mim e finalmente entrei para o mundo dev.

Não terminei o projeto que iniciei, nem tenho mais o código fonte (não faça isso amiga, github tá aí pra isso). Depois descobri o github e o bitbucket e tenho alguns códigos lá.

Mas veja essa trajetória. Tive muitas incertezas no caminho. Nem te conto que depois me aventurei no desenvolvimento de apps pra Android também (fica pra outro artigo). Mas estou te contando pra você entender que CADA UM VAI ENCONTRAR SEU CAMINHO, basta você APROVEITAR AS OPORTUNIDADES.

Por mais que eu tenha aprendido outras linguagens de programação, essa experiência foi fundamental para desenvolver o raciocínio lógico para programar.

Pra você que tá iniciando no desenvolvimento, a dica é aproveitar as oportunidades e praticar, praticar, praticar. Mesmo que depois você não vá usar aquele código pra nada.

Quando fui pro mercado, as empresas estavam começando a entender que o que vale não é a experiência em carteira, são os problemas que você sabe resolver. Hoje, as empresas querem ver seu github, querer saber se você tem confiança em resolver problemas e se, caso não souber determinada tecnologia, qual é a sua capacidade de aprendizado e de lidar com a pressão.

Reúna o máximo de experiências que puder, faça cursos em linguagens de programação que o mercado mais pede ou que você tem curiosidade e depois avalie o que te deu mais PRAZER em trabalhar. Porque isso tem que ser divertido e te ajudar a pagar as contas.

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