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Hildeberto
Hildeberto

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Abraçar mudanças (I)

Este é o primeiro artigo de uma série sobre Git. É um assunto extenso que será dividido em:

I - Controle de versão
II - Configuração
III - O que há por baixo dos panos
IV - Comandos mais comuns
V - Fluxo de trabalho
VI - Serviços Git na web
VII - Contribuindo com código aberto

Controle de versão

Nos processos de escrita, nos defrontamos constantemente com um desafio: precisamos produzir (incluir, alterar ou excluir texto); para testar novas possibilidades, descartar coisas que não fazem mais sentido, aplicar novas aprendizagens, é necessário manter versões anteriores, para que se possa perceber a evolução em que a obra foi processada e, eventualmente, retornar a um estágio anterior, desistindo de tais mudanças.

A forma viva dos escritos é o rascunho. A escrita acontece enquanto processo. Tudo é rascunho, até que nos comprometemos com um "momento", para dar a obra como "acabada". Não costumamos enxergar a gradação e evolução numa obra acabada, mas elas estão lá.

Daí, decorre uma lição importante: não se apegue demais ao que escreve, pois tudo flui. Mesmo a obra dada como acabada por um autor, ainda poderá evoluir (ou degradar), ser escrita de forma diferente, seja pelo mesmo autor, seja por outros.

Códigos em linguagens de programação, se beneficiam muito do que chamaremos "controle de versão". É necessário testar antes de distribuir, sempre mantendo a possibilidade de reversão de quaisquer mudanças, e, em algum momento, há o comprometimento com uma estabilidade temporária, que poderá ser distribuída a terceiros.

A ferramenta mais utilizada atualmente para controle de versão é o Git. O objetivo é a fácil recuperação em caso de erros ou perda de arquivos. Os meios: histórico e documentação das mudanças, comparação de diferenças e possibilidade de desfazer alterações, todas elas disponíveis nessa ferramenta.

Termos comuns do Git

  • Repository (repositório): Uma pasta de arquivos, nomeada .git, criada e controlada pela ferramenta, que armazena objetos internos, metadados e os arquivos e pastas que queremos rastrear. Tem, por padrão uma ramificação (branch) inicial, atualmente denominada "main"

  • Clone: Cópia, duplicação de um repositório

  • Working area (área de trabalho): Uma lista de arquivos da pasta sendo rastreada, em que cada arquivo tem um estado, na ramificação ativada no momento: "não rastreado" (untracked), "não modificado" (unmodified), "modificado" (modified) ou "confirmado" (staged)

  • Index (índice, sumário): Um arquivo do repositório que armazena informação sobre quais alterações farão parte do próximo envio ao repositório. Também conhecida como Staging Area (área de preparação)

  • Commit (envio, entrega): Confirmação das mudanças incluídas no índice, que são enviadas ao repositório, na forma de "instantâneos" (snapshots, no sentido fotográfico). Um momento de comprometimento

  • Branch (ramo, galho): Uma ramificação (versão) obtida a partir do ramo principal ou de outra ramificação, cujas confirmações de alterações estão separadas do ramo de origem

  • Push (empurrar): Transferir arquivos de um repositório fonte (atual) para outro repositório (local ou remoto)

  • Pull (puxar, extrair): Trazer as últimas mudanças de um repositório (local ou remoto) para o repositório atual.

No próximo artigo, começamos a desentranhar a ferramenta, iniciando pela sua configuração.

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