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Guilherme Thomas
Guilherme Thomas

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Arquitetura Baseada em Modelos

Arquitetura baseada em orientação a modelos, com objetivo de lidar melhor com a complexidade e interdependência de sistemas complexos.
Sem levar em conta o objetivo final do sistema, o processo em si consiste em criar um modelo independente de plataforma expresso pela UML, que depois é transformado em algo mais específico para uma plataforma como .NET, JEE2, SOAP.

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O processo em si consiste em criar um CIM que irá contér o “core” do negócio, mostrando requisitos que o sistema necessita mas sem detalhar estrutura, passamos então a criação do PIM, ainda em um alto nível de abstração, descrevendo o sistema de software sem entrar em detalhe de nenhuma tecnologia, para então irmos ao PSM que usa a tecnologia como base para o desenvolvimento, sendo transformado em código.

CIM - Modelo de Computação Independente
Referido também como modelo de negócio ou domínio, apresenta exatamente o que se espera que o sistema realize, mas mantém escondida toda a parte de informação referente a tecnologia, permanecendo assim independente.

PIM - Modelo Independente de Plataforma
Irá demonstrar apenas o suficiente em termos de independência, para que o mapeamento a outras plataformas se torne possível. É atingido criando alguns serviços de maneira a abstrair detalhes técnicos.

PSM - Modelo Específico de Plataforma
Aqui o Modelo Independente será incluído junto a detalhes que uma plataforma específica necessita para executar.

Em resumo:

  • Etapa 1 Construção do modelo o mais abstrato possível.
  • Etapa 2 Modelo é transformado em algo mais específico de uso e em termos de implementação.
  • Etapa 3 Modelo virá código.

Um padrão que transcende as noções de CIM/PIM/PSM, são dois conceitos chave do MDA: modelos e transformações.
Transformação dentro do assunto MDA é a atividade de produzir diferentes modelos, ideias ou artefatos, geralmente de uma representação a outra, como um PIM se transforma em vários PSM. O conceito ou ideia inicial do PIM se mantém, porém no PSM terá outra forma (mobile, desktop, cloud).

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Pontos fortes

  • Produtividade: Modelo específico precisa ser definido apenas uma vez. (PSM)

  • Portabilidade: Modelo independente (PIM) pode gerar divisões específicas para diferentes plataformas

  • Interoperabilidade: Os diferentes PSM podem trabalhar em conjunto com diversas plataformas, pois o modelo independente "cria" pontes através das especificações técnicas.

  • Adaptação e mudanças são os principais aspectos da engenharia orientada a modelo, a evolução do software, na literatura onde é chamada de maintenance, tem três principais razões para acontecer:

Razão 1 - Correção - Indica uma alteração no sistema para solucionar um processo, performance ou implementação;
Razão 2 - Adaptiva - Alteração engatilhada por motivos técnicos ou regras de negócio;
Razão 3 - Perfectiva - Realizada para melhorar qualidade (Eficiência de processamento, aperfeiçoamento de performance, etc) e da mantenabilidade do sistema.

Pontos fracos

Manutenção do modelo UML;

  • Alteração geralmente requerem intervenções manuais e tediosas, o modelo UML precisa refletir as mudanças para cada instância na qual o padrão ou regra arquitetural é usado.

  • Problemas de arquitetura - Segurança, transações, modelos de persistência não são bem encapsulados, sendo difícil a abstração e o reuso em diferentes plataformas.

  • Proliferação de middleware - Quase impossível depender de apenas um sistema de middleware e padronizar, com o tempo e a evolução constante, fica cada vez mais difícil e mais caro realizar uma migração.

  • Reuso - O design de padrões pode levar ao desenvolvimento de modelos inadequados à tarefa proposta pela regra de negócio.

Esse é um resumo que criei enquanto estudava sobre a arquitetura baseada em modelos, pois é a arquitetura que estou desenvolvendo hoje junto a empresa que atuo.

Referências:
"The Fast Guide to Model Driven Architecture" por Frank Truyen;
"Object Management Group Model Driven Architecture (MDA) MDA Guide rev. 2.0" disponível no site da OMG.

Top comments (5)

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Lázaro Vinícius de Oliveira Bonifácio

Abordagem muito interessante. O fato de poder utilizar diferentes tecnologias para elaboração de diferentes módulos de um sistema pode tirar muita vantagem das características cada linguagem, também. Creio que seja muito utilizada hoje.

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Guilherme Thomas

Pelo que tenho visto, é um tipo de arquitetura muito em desuso, sendo comum em sistemas legados (o que estou trabalhando é). Os métodos ágeis acabaram diminuindo muito o uso de linguagens tipo UML e derivados, mas aí não sei opinar se é algo mais pra bom ou mais pra ruim.

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Lázaro Vinícius de Oliveira Bonifácio

Creio que essa metodolgia se encaixe de alguma forma no manifesto ágil e com a arquitetura de microsserviços. Se pensarmos que cada parte do sistema é um módulo é possível tirar proveito da arquitetura de microsserviços (metodologia mais atual). Além disso, como cada parte é independente é possível implementar diferentes tecnologias e diferentes partes do sistema, é possível usar isso também para grandes mudanças em sistemas, como uma troca de linguagem.

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Lázaro Vinícius de Oliveira Bonifácio

Acho que essa arquitetura é bom para softwares livres. Conseguimos implementar diferentes soluções para montar uma personalizada.

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Guilherme Thomas

Exato, o software ERP hoje que trabalho é feito com base em um projeto open source, acredito que quando estava no auge muitos projetos assim foram feitos com base em MDA, e com o tempo sendo substituídos por outras arquiteturas.
Logo quando comecei estudar sobre essa arquitetura notei semelhanças com o que li por cima de microsserviços. Acredito que possam ser conceitos parecidos e inspirados que vão evoluindo.