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Guilherme Manzano
Guilherme Manzano

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O que é Design Sprint e como utilizá-lo para alavancar sua startup?

Recentemente, li um livro bem legal chamado Sprint, escrito por Jake Knapp. O livro conta como surgiu na Google Ventures (uma empresa que faz parte do grupo Google), em 2010, uma metodologia ágil chamada Design Sprint.

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O que é Design Sprint?

O Design Sprint é uma metodologia ágil que tem por objetivo transformar uma ideia em um protótipo em apenas 5 dias. Isso mesmo, esqueça as metodologias ágeis tradicionais que levam de 1 a 2 meses para tirar uma ideia do papel, com o Design Sprint é possível fazer isso em apenas uma semana de trabalho!

Papéis e Time no Sprint

Antes de iniciar a Sprint, é necessário definir o time que vai participar do desafio. O recomendando é que ele seja formado por até 7 pessoas, e que possua uma pessoa de cada um dos perfis a seguir:

· Definidor: é quem toma as decisões na equipe. Ex: CEO, fundador, gerente de produto, etc;

· Especialista em finanças: é quem pode explicar de onde vem e para onde vai o dinheiro. Ex: CEO, diretor financeiro, gerente de negócios, etc;

· Especialistas em marketing: é quem formula as mensagens da empresa. Ex: diretor de marketing, relações públicas, etc;
· Especialista no consumidor: é quem lida diretamente com os consumidores da empresa. Ex: pesquisador, vendedor, atendimento ao cliente;

· Especialista em tecnologia/logística: é quem entende melhor o que a empresa pode produzir e vender. Ex: diretor técnico, engenheiro;

· Especialista em design: é quem faz o design dos produtos da empresa. Ex: designer, gerente de produto, etc.]

Etapas do Design Sprint

Antes de começar, é preciso primeiro escolher qual o problema a ser resolvido e separar uma semana inteira (5 dias úteis, 7 horas por dia) de todos os participantes que irão participar do Sprint Design. Ela começara em uma segunda-feira e terminará em uma sexta-feira. Cada dia é uma etapa distinta, que é dividida da seguinte forma:

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· Segunda-Feira (Dia 1): Neste primeiro dia, o foco é entender o problema, realizando pesquisas e ouvindo os especialistas da empresa. É neste dia que o time vai exteriorizar tudo o que sabem sobre o problema que vocês precisam resolver. No final do dia, o time precisa definir qual é o alvo, ou seja, qual é o problema que vocês vão resolver na Sprint.

· Terça-Feira (Dia 2): No segundo dia, o objetivo está em desenhar ideias de possíveis soluções. Cada membro deve, de maneira silenciosa, esboçar possíveis soluções para o problema. Uma forma interessante de se fazer isso é utilizando a técnica Crazy8s, onde cada usuário tem um 8 minutos para desenhar 8 variações diferentes de uma parte da sua solução (1 minuto para cada solução), forçando-os a abrirem mais possibilidades de solução. Depois disso, o time vai discutir todas as soluções propostas por cada um e votar nas melhores soluções.

· Quarta-Feira (Dia 3): No terceiro dia, o objetivo é filtrar todas as ideias que foram propostas no dia anterior e decidir quais delas vocês irão focar como ideia principal para criar um protótipo. O ideal é que seja escolhida apenas uma ideia entre todas propostas e que o time esteja de acordo com o caminho a ser seguido.

· Quinta-Feira (Dia 4): No quarto dia, a ideia é construir um protótipo funcional. Isso não quer dizer que vocês tenham que fazer um aplicativo ou site do início ao fim, mas precisa ser um protótipo que possa ser testado com os usuários reais, para medir o impacto da solução com o público-alvo da empresa. Como o tempo é bem curto, é importante alinhar muito bem o que cada membro do time vai fazer e as ferramentas que vão utilizar, distribuindo as tarefas logo no início do dia. Sobre as ferramentas, você pode utilizar o Figma ou Powerpoint para criar um protótipo de um software, ou uma impressora 3D, para criar um protótipo físico. Sobre a divisão do time, é recomendado que separe cada membro da equipe nos seguintes papeis:

o Executores (2 ou mais pessoas): são os responsáveis por criarem os componentes individuais do protótipo (telas, páginas, etc);
o Costureiro (1 pessoa): é o responsável por reunir todos os componentes dos Executores e combiná-los em um só modelo;
o Escritor (1 pessoa): é o responsável por criar os textos dos esboços;

o Coletor de recursos (1 ou mais pessoas): o coletor de recursos buscará na internet biblioteca de imagem, os produtos da própria empresa e em outros lugares para encontrar os ícones, fotos ou amostra de conteúdo que o seu protótipo provavelmente precisará e que não precisem ser criados do zero;

o Entrevistador (1 pessoa): o entrevistador usará o protótipo final para conduzir as entrevistas com os clientes na sexta-feira. Na quinta-feira, ele deve escrever um roteiro para a entrevista. É melhor que o entrevistador não trabalhe no protótipo, para não se envolver emocionalmente no teste com os usuários;

· Sexta-Feira (Dia 5): No último dia, o objetivo é mostrar o protótipo para os potencias usuários do produto poderem testá-lo. Neste dia é importante entrevistas os usuários e acompanhar suas reações e comentários sobre o protótipo. No final do dia, o time deve se reunir para discutir o feedback dos usuários, levantando a ideia se a solução do projeto deve sobreviver ou não. Caso a ideia seja um sucesso, agora o time tem um protótipo validado para transformar em um produto de fato. Caso contrário, o time pode planejar uma nova semana de Design Sprint para testar outras soluções.

Quando se deve utilizar o Design Sprint?

Apesar de ser uma ótima ferramenta para se validar uma ideia em pouco tempo, ela não serve para todos os cenários. Esta metodologia é recomendada para startups e projetos do tipo MVP, por se mostrarem uma alternativa mais rápida e mais barata na validação da ideia direto com o usuário final, evitando retrabalhos desnecessários após semanas ou meses de planejamento cuidadosos e protótipos quase perfeitos.

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Conclusão

Como podemos ver neste artigo, o Design Sprint é uma ferramenta poderosa para validar e testar ideias rapidamente, evitando desperdícios de tempo e dinheiro. Mas devido a pressão e o tempo curto, o seu uso pode gerar uma carga de estresse e desmotivação alta no time, caso não seja usado corretamente. Além disso, em projetos muito grandes e complexos, pode não ser a melhor metodologia para ser escolhida.

Não podemos esquecer que esta metodologia gera apenas um protótipo que foi validado. Depois de concluída a semana, é necessário que o time se reúna e planeje todos os passos subsequentes para que o protótipo se transforme em um produto final.

Para quem quiser se interessou e quer saber mais sobre a metodologia Design Sprint, segue o site oficial do projeto:

https://www.gv.com/sprint/ Também recomendo muito que leiam o livro Sprint, pois ele possui muito mais detalhes que não foi possível entrar neste pequeno artigo, e que pode ajudá-lo a entender melhor a metodologia e como utilizá-la em sua empresa.

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