Hoje vou demostrar como criar uma API REST que precisará controlar a aplicação de vacinas entre a população brasileira, de forma rápida e fácil.
Para começar o projeto, é necessário criarmos um projeto Spring (pode ser feita com o auxílio do Spring Initalizer, que expliquei como funciona em um dos artigos anteriores) e acrescentei algumas dependências necessárias ao projeto no arquivo Pom.xml (possui as bibliotecas de um projeto Spring, sendo gerenciado pelo Maven).
Para este projeto, utilizei as seguintes dependências: Spring Boot Starter, que oferece diversas bibliotecas bem úteis para se desenvolver um projeto Spring; Lombok para facilitar a anotação das classes e atributos e o banco em memória H2, que acabei escolhendo por ser um banco rápido e simples de configurar e de se utilizar.
Em seguida, vamos criar as entidades (no caso, as duas tabelas do banco de dados) de cadastro de usuários e de aplicação de vacinas. Em ambas as classes, vamos colocar algumas anotações do Lombok, como o @id para referenciar a chave primária da tabela, o @Column onde coloco o nome da coluna na tabela e a @Entity, para referenciar a classe como uma Entidade (para ser gerenciada de melhor forma pelo Spring). Na chave primária, colocaremos uma anotação para gerar automaticamente a sequência do Id do tipo IDENTITY, através da anotação @GeneratedValue.
Na classe de entidade de cadastro de usuários, declararemos o atributo data de nascimento como Data e inseri a anotação de @JsonFormat para formatar a data recebida para o padrão brasileiro (dd/mm/yyyy). Vamos agora declarar o id do usuário como Long, e o nome, email e CPF como String. Por fim, gerei os Getter, Setter e Construtores com e sem argumentos de forma manual, sem utilizar anotações do Lombok.
Na classe de entidade de aplicação de vacinas, vamos declarar o atributo data da vacina como Data com a anotação @JsonFormat também. Depois disso, declararemos o id do usuário como Integer, e o nome da vacina e o email do usuário como String, com esses campos sendo do tipo não nulo (ou seja, são campos obrigatórios). Por fim, vamos gerar os Getter, Setter e Construtores com e sem argumento (acabei adicionando a anotação @data - que gera todos os métodos que citei acima de forma automática - e só acabei percebendo na revisão do texto, tornando redundante a geração dos códigos boilerplate de forma manual).
Terminado as classes de entidade da tabela, vamos criar as classes de Repository referentes as duas tabelas. O repository é onde fica a classe que fará transações com o banco de dados, ou seja, é um Design Pattern onde os dados são obtidos do banco de dados e é onde ocorre também a regra de negócio, e este, retorna objetos de domínio que seriam as Entidades (classes anotadas com @Entity). Esta classe vai estender o JpaRepository, que é a biblioteca que fará o acesso e comunicação com o banco de dados em memória, e que já traz diversos métodos de transações de dados por padrão, que são muito utilizados durante o desenvolvimento de uma API, como os métodos para salvar entidade, buscar por id, buscar tudo, deletar por id, update por id, entre outros.
Após criar as classes de repositório, vamos criar as interfaces das classes Service, para organizar melhor o código. Em ambas as classes, vamos criar um método para salvar os dados da vacina aplicada e do usuário, passando como atributo a própria entidade e retornando-a também.
O Service é outro Design Pattern onde há somente a regra de negócio, ele não tem acesso direto ao banco de dados. É a subcamada responsável pela regra de negócio (valida dados, executa regras de negócios, usa a Repository e a Entity para ter acesso ao banco de dados e persistir os dados).
Em seguida, vamos implementar os métodos da interface de Service. Para isso, vamos criar ambas as respectivas classes, anotá-las com @Service (para serem melhor gerenciadas pelo Spring) e implementar as respectivas interfaces. Com isso, é possível gerar os métodos de forma mais fácil, utilizando apenas a sobrescrita (marcadas pela anotação @Override).
Para implementar a lógica do serviço de fato, vamos coneçar fazendo a injeção de dependência (com a anotação @Autowired), para conseguir utilizar o Repository e os métodos que estão sendo estendidos da JpaRepository. Dentro dos métodos de salvar que sobrescrevi, precisamos apenas retornar a instância que foi injetada do Repository e chamar o método save (do JpaRepository), passando como parâmetro os dados do usuário e da aplicação da vacina, respectivamente. O método save vai pegar a entidade (que será passada em formato JSON), fazer a comunicação com o banco de dados, enviar os dados para o banco, e retornar o status da operação (se foi bem sucedida ou ocorreu algum erro durante a transação de dados).
Por fim, vamos criar as classes Controller da aplicação. Essas classes são utilizadas para lidar com a ligação da View com as outras partes do sistema, que são as regras de negócios e o banco de dados. Anotei essas classes com @RestController (para serem gerenciadas pelo Spring) e com @RequestMapping, indicado para o Spring qual é a rota dos endpoints que ele deve redirecionar as requisições. No Controller do Usuário, vamos utilizar a rota "/usuário", e no controller de Aplicação Vacina utilizei a rota "/vacinas".
Para desenvolver a lógica das classes de controle, primeiramente precisamos fazer a injeção de dependências da implementação do Service. Em seguida, criaremos o método para fazer a persistência dos dados. Vamos anotar ambas as classes com @PostMapping, para indicar ao Spring que trata-se de uma requisição do tipo POST (ou seja, que está fazendo uma persistência de dados diretamente no banco de dados) e a anotação @ReponseStatus, que vai retornar o status HTTP 201 Created, caso a operação seja bem sucedida.
Dentro dos métodos, vamos passar por parâmetro uma entidade de usuário e de aplicação de vacinas, respectivamente, utilizando a anotação @RequestBody (utilizada para requisitar um corpo de argumentos em métodos HTTP). Por fim, retornaremos a instância que foi injetada do Service e chamo o método que criei (salvarUsuário e salvarAplicaçãoVacina, respectivamente).
Para testar se a aplicação está funcionando corretamente (salvando o usuário e a aplicação de vacina e retornando o status correto), utilizei a ferramenta Postman, para simular a persistência dos dados através de um JSON, conforme pode ser visto a seguir:
Passei um JSON com os dados referentes ao cadastro de um Usuário e de uma Aplicação da Vacina, e em ambos os casos, o Postman retornou o status HTTP 201 Created, indicando que os dados foram persistidos no banco em memória H2 com sucesso.
Também vamos simular uma requisição com dados errados, tentando passar o email do usuário como sendo um número (ao invés de texto). Quando fiz isso, o Postman retornou o status HTTP 400 Bad Request, indicando que nós passamos os dados em um formato inválido (como esperado). Além disso, podemos ver o stacktrace de erro gerado pelo software, que mostra com mais detalhes por que o erro aconteceu e quais locais da aplicação o método passou até estourar o erro.
Compartilho aqui também a estrutura de pacotes e classes que utilizei na construção do projeto, que fiz com base no padrão de arquitetura MVC. Para desenvolvimento, utilizei a ferramenta Spring Tools Suite. E também mostro o Console Log gerado durante a aplicação do projeto Spring, rodando diretamente pela IDE.
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