A questão da insegurança
Por muito tempo na minha vida, a insegurança foi um grande problema. Não vou dizer que esse é um problema resolvido, mas estou caminhando para isso.
E toda essa insegurança carrega diversas consequências. Uma delas é sempre achar que eu não sei o suficiente, que sou a pior pessoa e/ou a pior profissional que já existiu dentro da tecnologia.
Existem momentos em que eu até consigo enxergar coisas boas, até que tudo desmorona outra vez. Entre outras reflexões que já fiz em outro artigo chamado "Alguns dos passos que me trouxeram até aqui" que você pode ler clicando neste link.
Talvez eu não te conheça, mas posso apostar que você também tem esses momentos mais sensíveis em que tudo começa a ser uma comparação com pessoas que estão na área há bem mais tempo que você, pessoas que tem histórias, condições, privilégios e oportunidades diferentes das suas e, mesmo assim, você acha que jamais conseguirá "chegar lá" porque existem pessoas muito melhores que você. Acertei?
Bom, não sou o melhor exemplo de alguém que consegue reconhecer todas as melhores características, mas resolvi compartilhar uma forma que eu tenho aplicado no meu dia-a-dia que me ajuda a enxergar onde e como eu tenho evoluído. E, principalmente, me ajuda a focar a minha comparação na Morganna de algumas semanas ou meses atrás, com a Morganna de agora. Tentando tirar outras pessoas dessa comparação para não ser injusta comigo.
Organize suas tarefas
Eu sei que talvez não fosse isso que você esperava ler. Mas, de fato, tomar um tempo para você organizar as suas tarefas, pode te ajudar nesse processo. Sabe por quê? Às vezes, na correria, começamos a fazer diversas atividades distintas que não ficam registradas em lugar algum. Até nós esquecemos que fizemos determinada atividade porque foi "só mais um problema" resolvido naquele dia. E tudo bem, isso faz parte, ainda mais na tecnologia em que o trabalho pode trazer surpresas diferentes para resolvermos. Mas veja como essas tarefas também são coisas que você faz, que você aprende, que talvez você teve que pesquisar para descobrir como solucionar.
Não digo que você precisa detalhar minuciosamente cada uma das coisas que você fez no dia. Mas de maneira macro, você pode registrar em algum lugar o que você fez. Talvez num caderno, ou dentro da tarefa na ferramenta que você usa no trabalho como o Jira, ou o Trello, ou qualquer outra.
Anote seus aprendizados
O exercício de anotar o que você aprendeu, além de ajudar a reforçar aquilo que foi estudado, também é um registro que você pode buscar depois. Assim como as tarefas que fazemos no dia-a-dia que podemos esquecer que fizeram parte de algo maior, só porque foi algo que você fez e que, na hora, pareceu pouca coisa, também podemos acabar esquecendo as etapas do nosso aprendizado e tudo o que evoluímos. E muitas vezes essa evolução aumenta no mesmo dia, mas acaba passando desapercebido.
Tenha grupos de apoio
Nunca me canso de falar sobre comunidade, né? E não vai ser nesse artigo que vou deixar de falar dela. A comunidade, além de te ajudar com compartilhamento de conhecimento, também pode ser um excelente grupo de apoio. Nem sempre conseguimos enxergar o quão importante somos e tudo o que crescemos, então é legal ter um grupo que te ajude a se lembrar disso.
Reveja sua organização de tarefas e suas anotações
Tire um momento para rever todas essas anotações que te indiquei fazer. Pode ser, por exemplo, toda sexta-feira, para você ter uma visão legal de tudo o que conseguiu fazer. Ou até mesmo na segunda-feira, caso prefira usar esse conteúdo para te inspirar para mais uma semana.
Perceba que não é uma questão de quantidade de atividades feitas. Não considere números nessa análise. Considere apenas o que você conseguiu fazer, o que você conseguiu aprender e onde você conseguiu contribuir.
O importante é você guardar isso contigo e rever quando for necessário. E, além das anotações, você pode se organizar de outras formas. Talvez imagens, desenhos, arquivos, post-its, ou qualquer outro jeito que te deixe mais confortável.
Use suas anotações
Inclusive, uma dica que eu já recebi de outras pessoas e vou repassar aqui neste artigo é: anotar pontos de sua evolução, com informações como o tempo, ter evidências das tarefas que você fez e projetos que você atuou, também servem como uma boa documentação para você argumentar um aumento de salário ou até mesmo uma possível promoção. Então talvez esse seja mais um bom motivo para usar esse método.
E depois?
Bom, na verdade, eu só quis compartilhar o que eu tenho feito e tem me ajudado a ver que, de fato, houve evolução na minha vida profissional e no meu conhecimento. E existem coisas que se eu não anotasse, eu não conseguiria me lembrar e eu continuaria achando que sou só a profissional horrível de sempre. As anotações criaram uma linha do tempo em que eu tenho argumentos para convencer a mim mesma de que eu tenho crescido e evoluído.
Você tem alguma forma ou método de ter esse reconhecimento de sua evolução? Quer tentar seguir as dicas que deixei aqui? Compartilha sua experiência comigo também porque vou adorar aprender contigo.
Obrigada por ter lido e deixo o canal aberto para troca de ideias e feedbacks.
Top comments (9)
Bem legal o artigo e o tema escolhido!
Uma coisa que me ajudou muito foi usar uma agenda física. Deixo ela do meu lado no computador junto com canetas e marca textos. Me adaptei bem melhor que ferramentas digitais, que me faziam procrastinar demais. Mesmo pra quem gosta de registrar digitalmente, acho que vale a pena guardar primeiro no papel e no final do dia passar pro digital.
Ah! Já faz algum tempo que uso também a técnica Pomodoro, que me ajuda muito a me organizar melhor e ter um histórico de tudo que fiz.
Muito obrigada pelo feedback! Às vezes eu também prefiro coisas físicas para escrever. Me ajuda a fixar mais também.
Nossa necessário demais esse artigo. Morganna sempre trazendo conteúdos incríveis nos artigos.
A minha dica para perceber a sua evolução (em especial pra quem desenvolve código) é: olhe seus códigos antigos. Quanto mais vergonha você tiver dos códigos antigos que você fez, maior foi a sua evolução. kkkk
Esse é um ponto que eu gosto sempre de ressaltar nas minhas palestras, porque ele é muito real. Se você tem a capacidade hoje de olhar pro código de 2 meses atrás e ver problemas, isso significa que hoje você tem mais conhecimento do que você tinha a 2 meses atrás. Nem precisamos usar meses aqui. As vezes semanas ou até dias já são o suficiente.
Claro que conforme você vai ganhando experiência, seus códigos vão melhorando e vai chegar um momento em que o código de 2 meses já estará em um nível que "não dá vergonha" por assim dizer, mas até esse momento chegar, essa é a minha métrica preferida pra medir minha evolução.
Adoreii o artigo e uma coisa que eu faço é usar o Notion pra fazer anotações daquilo que estou aprendendo no momento tento separar por paginas para ficar mais organizado, uso os post-its para coloca cursos ou tecnologias que eu quero aprender e deixo colado no meu monitor pra não me esquecer.
Muito obrigada pelo feedback, Jana, que bom que gostou! O notion parece ser muito bom para isso também! <3
Boa! É muito bom pra isso também! Facilita até a lembrar combinados e tudo mais.
já segui esse método e descobri que de fato não estava evoluindo, tem este lado tbm e tá tudo certo, neste caso precisei tomar uma decisão de mudança para que eu pudesse evoluir.
São várias formas de analisar, né? É legal entender que às vezes precisamos focar em determinados assuntos para darmos alguns passos para frente. E tá tudo bem, como você disse. O que importa é irmos aos poucos e no nosso tempo! :)