Como vimos na parte 2 desse tutorial, fizemos toda a configuração de base das conexões via eBGP(Underlay) para propagação das loopbacks, nessa parte vamos de fato a configuração da família EVPN via iBGP em nossos equipamentos. Alguns podem se perguntar, porque usar loopbacks? Em um cenário onde há mais de 2 switches, diferente do nosso exemplo, a loopback vai se manter ativa e conectada sempre, normalmente nesse tipo de cenário, haverá vários meios físicos de conexão, então ocorrendo alguma queda em um dos meios físicos, a conexão da loopback não cairá.
Já expliquei um pouco sobre o protocolo EVPN na parte 1 desse tutorial, caso tenha esquecido, em função da demora da postagem da terceira parte, recomendo dar uma relida =D
Agora sem mais delongas, vamos lá. Até a parte 2, como mencionei acima, preparamos o terreno para a configuração da família EVPN do protocolo BGP, uma vez que as loopbacks já estão se falando, vamos fazer as configurações de EVPN via iBGP e posteriormente vamos configurar a VLAN 10 nos hosts e por último fazer as sinalizações de VXLAN para que as máquinas se comuniquem na mesma rede local.
Mas antes, vamos só relembrar aqui a topologia proposta já iniciada no EVE-NG
1. Nesse primeira parte, vamos configurar os vizinhos BGP via iBGP, efetuando a sinalização do EVPN.
2. Configuração de VLAN
Agora, fizemos o iBGP com a sinalização de EVPN, vamos voltar ao básico e configurar a VLAN 10 nos switches, marcar na porta de conexão dos hosts e configurar um IP de rede local para termos a VLAN localmente em cada equipamento, para depois essas VLANS se falarem via VXLAN.
Configuramos a VLAN 10 em ambos os switches de forma local e validamos se havia o aprendizado de mac’s nos switches, também foi configurado os IP’s das VM’s Linux e no host 2, fizemos o teste de ping para o host 1, para mostrarmos que ainda não existe a conectividade entre eles.
3. Iniciando configuração do VXLAN
Agora que já temos o BGP com a sinalização de EVPN + VLAN local configurada nos switches, vamos iniciar as configurações do VXLAN propriamente dito.
Nessa parte, vamos configurar algumas coisas no nível protocolo EVPN, que faz o transporte das VLANs em si através do iBGP e o nível switch-options.
O nível switch-options, segundo a descrição da Juniper é um nível de configuração que é possível configurar funções de camada 2 de aprendizado e encaminhamento de pacotes nos domínios de camada 2(bridge domains), a info oficial aqui. Trocando em miúdos é onde vamos configurar algumas funções para o uso da VXLAN e as marcações de community ou comunidades que se fazem necessárias.
Pra quem não sabe community é uma marcação, tipo uma tag, que é inserida em um anúncio BGP para que ocorra determinada ação com um prefixo, a ação que a community tomará depende do que o administrador decidir e configurar ao longo do backbone de sua rede.
Acima vimos a configuração inicial do EVPN, bem como a criação das comunidades para o transporte das VLANs através do EVPN-VXLAN, agora só falta o passo final, que é fazer as marcações de VXLAN nas VLANs e configurar o transporte das mesmas no protocolo EVPN para que nosso cenário esteja completo e funcional.
4. Configurando as VLANs com VXLAN e executando seu transporte via BGP EVPN.
Com as configurações executadas até aqui, os hosts vão conseguir se enxergar na VLAN 10 como se fosse uma VLAN local para eles, com isso finalizamos a configuração do EVPN-VXLAN nos switches QFX Juniper, falta só validarmos se após tudo que fizemos nas 3 partes de configuração está funcional.
5. Validando se a comunicação de EVPN-VXLAN está funcional e testando a conectividade dos hosts.
QFX-1 - Validando os pontos locais e remotos de VXLAN
QFX-2 - Validando os pontos locais e remotos de VXLAN
QFX-1 - Validando recebimento das rotas via EVPN-VXLAN
QFX-2 - Validando recebimento das rotas via EVPN-VXLAN
QFX-1 - Validando aprendizagem do mac remoto na tabela de mac local da VLAN 10
QFX-2 - Validando aprendizagem do mac remoto na tabela de mac local da VLAN 10
Agora que validamos toda a topologia do VXLAN, vamos novamente efetuar o teste de ICMP do host 2 para o host1 e vice-versa.
6. Teste de conectividade entre o host 1 e o host 2
Host 1 - Teste de ICMP + visualização da tabela ARP
Host 2 - Teste de ICMP + visualização da tabela ARP
Após você executar todas as configurações expostas nas 3 partes desse tutorial, o EVPN-VXLAN estará funcional e com conectividade fim a fim nos hosts.
Queria deixar meu agradecimento à Vanessa Mello e ao Eduardo Schoedler que trocaram muita ideia comigo, quando eu estava implementando o EVPN-VXLAN no meu trabalho.
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