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Arthur Fücher
Arthur Fücher

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Dedicação total a você

Hoje, 17 de janeiro é o último dia da minha licença paternidade. Foram 100 dias de muito aprendizado, choro, alegria e uma linda construção de laço entre pai e filha.


No dia 2 de março de 2022 nasceu a Laura, minha primeira filha. Todo o processo até o momento do parto foi cheio de altos e baixos. A hora do parto foi uma das coisas mais emocionantes e maravilhosas que já vivi.

Ter tido a oportunidade de ficar 100 dias de licença, totalmente dedicado a cuidar da minha filha, tornou tudo mais especial.

Você disse 100 dias??

Sim, isso mesmo. Você leu certo! Recentemente o Nubank mudou a política de licença paternidade. Alteraram para licença parental, e como base, qualquer pessoa tem direito a 120 dias de licença 👶.

Isso aconteceu depois da Laura já ter nascido e eu ter tirado 20 dias de licença que era o que existia antes, e o Nubank liberou retroativo esse benefício. Se quiser saber mais, fizeram um post no blog sobre isso <3
Participei do grupo que estava organizando o pedido de licença parental para o Nubank, foi um período curto ainda durante o período da gravidez. Confesso que isso me deixou muito feliz, fazer parte de algo assim é de extrema satisfação.

Única certeza

Desde que saiu a notícia eu tinha a certeza que isso era a coisa mais importante para mim, eu tinha isso na minha cabeça e nada tirava. O que foi muito importante, pois eu acabei mudando de papel dentro do Nubank 3 meses antes de sair.
Acho que essa certeza, essa vontade de sair de licença, veio muito devido a um sentimento relacionado a paternidade que eu tive:

Eu não me sentia pai.

Durante a gravidez a mãe cria um vínculo com a criança, e eu não sentia nada. Achei que quando a Laura nascesse de alguma forma isso mudaria, mas não estava acontecendo. E foi nessa licença que eu vi a oportunidade de criar esse vínculo, queria passar tempo com a minha filha dedicado a ela. Óbvio que antes disso eu participava de todos os momentos possíveis, estava trabalhando de casa o que ajudava muito! Mas não é a mesma coisa, minha atenção durante a maior parte do dia estava no trabalho.

E o resto dentro de mim era pura incerteza.

Incertezas

  • Vou saber o que fazer? Nós vamos nos adaptar?
  • E o trabalho? A certeza de tirar a licença era inabalável, mas poxa.. será que fiz bem em trocar de equipe agora? To mega empolgado com o trampo novo, como vai ser quando eu voltar?
  • Vou saber brincar? Incentivar? Ajudar no desenvolvimento?

Me perguntaram outro dia: o que cansa mais, trabalhar ou cuidar da Laura? - Respondi que no trabalho eu sei o que estou fazendo, tenho domínio .. cuidar da Laura foi cada dia um aprendizado. Cada dia uma adaptação nova. Cada dia um choro compensado por sorrisos diferentes.

Eu amo Agilidade e nunca segui tanto o valor de Responder a mudanças mais que seguir um plano

Memórias e Vínculos

Essa licença me deu a oportunidade de começar a criar o vínculo com a minha filha.
Poder lembrar que foi a minha perna que serviu de obstáculo para ela exercitar e começar a engatinhar. Ali. Sentados. No chão da sala. Durante a tarde. De vários dias.
Enrolar na cama pra levantar. E quando for levantar brincar de cócegas até gargalhar.
Ser o único homem com uma bebê na praça a tarde. Seja caminhando com o carrinho para fazer um exercício. Seja sentados na grama comendo uma banana.
Lembrar também de quando falhei. De quando deixei cair. De quando esqueci de passar uma pomada. Porque é um aprendizado.
E de longe o mais importante, que foi passar, realmente, pela experiência exaustiva que é cuidar de uma bebê praticamente o tempo todo (por que o leite a mamãe era responsável 💜 e várias outras coisas)


Esse texto tem a intenção de mostrar para outras figuras paternas a importância da licença paternidade. O quão intenso é esse momento e a oportunidade única que é.
E outra coisa, isso é uma questão muito importante quando empresas falam de diversidade, em inúmeros pontos. Se sua empresa fala de diversidade, e não discute sobre licença parental, acho que está na hora de começar.


Obrigado as pessoas do Nubank que tornaram isso possível.
Obrigado Mayara que cobrou e não deixou eu cair no comforto. Que brigava quando era necessário, e que deu a luz a coisa mais fofa da minha vida.
Obrigado Laura, por ter me escolhido, pelos seus sorrisos e gargalhadas.

Top comments (2)

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Morganna

Cara, que foda você ter escrito sobre isso e ainda ter compartilhado. Eu sinto que é um assunto bem importante e não vejo muitas pessoas que ou são ou serão ou querem ser pais falando sobre isso. Que abra uma porta de discussão, reflexão, autoconhecimento e mudanças para outras pessoas também. Obrigada por compartilhar!

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Arthur Fücher

Po @morgannadev muito obrigado pelas palavras. Confesso que fiquei pensando bastante sobre escrever ou não, dado que é um assunto que muito novo e muito confuso em vários sentidos para mim.. tudo muito novo. Mas acho que precisamos começar a falar sobre, e a ideia era realmente trazer minha experiência para inspirar outras pessoas a falar sobre.
Brigadão mais uma vez <3