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Lucas Santos
Lucas Santos

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Criando bots para o Telegram com o GrammY

Quando falamos de aplicações modernas, invariavelmente acabamos caindo nos tão famosos bots. O uso de bots para automatizar tarefas ou até mesmo facilitar a comunicação com APIs está cada vez mais comum, e uma das plataformas onde os bots estão cada vez mais comuns é o Telegram.

Eu, pessoalmente, não me aventurei muito no mundo dos bots até recentemente, mas nessa aventura descobri uma ferramenta sensacional para facilitar (e até mesmo revolucionar) a forma como você cria bots para o Telegram, essa ferramenta é o GrammY.

Nesse artigo a gente vai criar um bot que busca repositórios no GitHub e envia em um chat de forma inline, ou seja, vamos apenas escrever @bot e mandar o nome do repositório para que ele busque o repositório de acordo com o que for digitado.

Mas antes, vamos entender como funciona o fluxo de mensagens de um bot no Telegram.

Como funciona um bot do Telegram

O Telegram é conhecido mundialmente por ser uma plataforma simples e fácil tanto de usar quanto de estender. E por extensões, temos vários tipos de bots que podemos criar e utilizar todo o poder da plataforma, criando botões, menus e até mesmo sites completos que podem ser exibidos de volta para os usuários. Na verdade, grande parte do próprio Telegram funciona na base de bots.

Toda a interação do seu bot com o Telegram acontece com base em um webhook, ou seja, a cada novo evento de uma nova mensagem ou qualquer outra atividade que aconteceu diretamente com o seu bot ou em algum grupo que ele esteja inserido vai ser enviada através de uma requisição POST para um endereço que você definir para o bot.

O endereço do seu webhook não é definido por padrão, mas vamos definir ele um pouco mais tarde com um endpoint específico.

Cada tipo de atualização de mensagem no Telegram, ele vai criar um evento. Esse evento pode ser de um dos tipos descritos aqui na documentação. A resposta sempre vai ser um JSON com uma chave update_id e a próxima chave vai ser o tipo do evento que foi enviado. Por exemplo, se estamos recebendo um update de um envio de mensagens, então estamos esperando um evento do tipo message, portanto o payload que vamos receber vai ser o seguinte:

{
    "update_id": 821159882,
    "message": {
        "message_id": 1600269,
        "from": {
            "id": 172983467,
            "is_bot": false,
            "first_name": "Lucas",
            "last_name": "Santos",
            "username": "lhs_santoss",
            "language_code": "en"
        },
        "chat": {
            "id": 172983467,
            "first_name": "Lucas",
            "last_name": "Santos",
            "username": "lhs_santoss",
            "type": "private"
        },
        "date": 1664119114,
        "text": "Teste"
    }
}

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Tudo que está dentro do campo message.from é relativo ao usuário que enviou o evento de update, e tudo que está dentro da chave message.chat é relativo ao chat onde o bot foi ativado.

Para responder a uma requisição, podemos ou responder a própria chamada de update com o resultado que queremos que seja respondido (pode ser o envio de outra mensagem, um teclado, uma query inline e etc), ou então enviando uma resposta diretamente para a API de bots do telegram que é https://api.telegram.org/bot<token>/<metodo>, onde o token é o token do seu bot recebido do botFather e o método é um dos métodos descritos aqui na documentação.

Então eu poderia enviar uma mensagem de volta para um usuário que me enviou essa mensagem, além de responder à requisição original, usando a request https://api.telegram.org/bot123456:ABC-DEF1234ghIkl-zyx57W2v1u123ew11/sendMessage com os parâmetros descritos aqui.

Criando seu primeiro bot

Para você começar a criar um bot no Telegram, você primeiro precisa conversar com outro bot chamado BotFather. É só clicar nesse link para poder falar direto com ele.

Depois é só digitar /newbot e ir respondendo as perguntas de acordo com o que for perguntado.

Lembre-se que todos os bots do Telegram precisam ter o nome de usuário terminados em bot, e é bastante difícil de achar um nome válido que ainda não esteja sendo usado.

Feito isso, o bot vai te responder com um token de acesso, mantenha esse token seguro , porque vai ser com ele que vamos poder controlar o seu bot.

Se você quer entender um pouco mais, a documentação oficial tem um guia completo

Tendo feito isso, vamos liberar uma porta local para a nuvem para podermos conectar o nosso bot e testar as nossas mensagens. A gente pode fazer isso com o ngrok, basta baixar e instalar o binário do NGROK e executar o comando:

ngrok http <sua-porta>

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No caso vou estar usando a 8000, então vamos digitar ngrok http 8000, a resposta do ngrok vai travar o seu shell e vai te dar um link mais ou menos desse tipo https://<string>.<regiao>.ngrok.io, no meu caso foi https://fb83-80-216-0-139.eu.ngrok.io.

Usando a sua ferramenta de requisições preferida (insomnia, postman) faça uma requisição GET para https://api.telegram.org/bot<token>/setwebhook?url=<urldongrok>, lembrando que a URL precisa ter todo o protocolo junto dela, portanto no meu caso seria algo assim:

https://api.telegram.org/bot1234512345:ABCDEFABCDEFABCDEFABCDEFABCDEF-AbcdefAbcdef/setwebhook?url=https://fb83-80-216-0-139.eu.ngrok.io

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Você deve receber uma resposta como:

{
  "ok": true,
  "result": true,
  "description": "Webhook was set"
}
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Agora podemos começar a codar o nosso bot!

GrammY

O GrammY é uma biblioteca feita exclusivamente para criação de bots para o Telegram, abstraindo grande parte chata de ter que gerenciar todo o contexto e fluxo das conversas manualmente. Além disso ele suporta plugins e pode ser estendido com várias funcionalidade super legais que facilitam ainda mais a criação de um bot para o Telegram.

Se você quiser dar uma olhada no modelo tradicional de criação de bots, veja esse ponto do repositório deste bot que vamos criar:

[

GitHub - khaosdoctor/telegram-gh-bot at af0f3b1f71d7687eebc3537bf7e22cfb14d2a411

First telegram bot without frameworks for study. Contribute to khaosdoctor/telegram-gh-bot development by creating an account on GitHub.

Criando bots para o Telegram com o GrammYGitHubkhaosdoctor

Criando bots para o Telegram com o GrammY
](https://github.com/khaosdoctor/telegram-gh-bot/tree/af0f3b1f71d7687eebc3537bf7e22cfb14d2a411)

E compare com a versão final que vamos fazer nesse artigo:

[

GitHub - khaosdoctor/telegram-gh-bot: First telegram bot without frameworks for study

First telegram bot without frameworks for study. Contribute to khaosdoctor/telegram-gh-bot development by creating an account on GitHub.

Criando bots para o Telegram com o GrammYGitHubkhaosdoctor

Criando bots para o Telegram com o GrammY
](https://github.com/khaosdoctor/telegram-gh-bot/tree/main)

Deno

O GrammY é um framework voltado especialmente para o uso com o Deno, eu particularmente acho sensacional porque ele permite que você execute TypeScript diretamente do compilador, além de que a resolução de dependências dentro de um arquivo do Deno, através dos módulos sendo importados diretamente pela URL, são muito mais simples e diretas.

Então o primeiro passo é instalar o runtime do deno na sua máquina para poder ter acesso ao comando deno.

Inicializando o projeto

Para você criar o seu ambiente usando o Deno, se você estiver usando o VSCode, é só instalar a extensão oficial do Deno e criar uma nova pasta, abra essa pasta dentro do VSCode e, usando CTRL/CMD + SHIFT + P, procure por "Deno Initialize workspace configuration".

Isso vai criar uma nova pasta .vscode e um arquivo settings.json dentro dela. Vamos deixar ele assim:

{
  "deno.enable": true,
  "deno.unstable": true,
  "editor.codeActionsOnSave": {
    "source.fixAll": true,
    "source.organizeImports": true
  },
  "editor.defaultFormatter": "denoland.vscode-deno"
}
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Agora vamos criar os arquivos base. Essa parte vai de gosto, mas eu gosto de criar uma pasta src com todos os arquivos fonte juntos e deixar os arquivos de configuração na raiz.

Vamos começar criando o arquivo import-map.json, que vai criar um de-para de nomes dos sites base e das bibliotecas para um alias mais simples, vamos deixar assim:

{
  "imports": {
    "x/": "https://deno.land/x/",
    "std/": "https://deno.land/std@0.156.0/"
  }
}
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Isso está dizendo para o Deno que, quando importarmos algo como x/nome ele vai substituir o x/ por https://deno.land/x/ e o nome do nosso pacote, apenas uma facilitação para não precisar escrever o site inteiro sempre.

Agora podemos dizer para o deno onde achar esse arquivo e também criar o equivalente aos nossos scripts do NPM no arquivo deno.json, que é o equivalente ao package.json:

{
  "importMap": "./import-map.json",
  "tasks": {
    "start": "denon run -A ./src/utils/pooling.ts",
    "setWebhook": "deno run -A ./src/utils/setWebhook.ts"
  }
}

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Aqui eu tenho duas tasks, uma delas é o start que vai inicializar nosso bot e outra é o setWebhook que vai realizar a criação do webhook de forma programática como estávamos fazendo antes. Ainda não criamos nenhum dos dois, mas vamos criar logo mais.

Perceba que eu estou usando o denon que é o equivalente do nodemon pro Deno, para instalar esse pacote é só rodar deno install -qAf --unstable https://deno.land/x/denon/denon.ts

Com as configurações feitas, vamos criar um arquivo de variáveis de ambiente chamado .env e vamos colocar as seguintes variáveis:

BOT_SECRET="Uma string qualquer"
BOT_TOKEN="Seu token do bot"
GH_API_TOKEN="Um token do github"

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Para o BOT_SECRET gere uma sequencia de 64 caracteres aleatórios, esse vai ser uma chave de segurança para garantir que seu bot é quem diz ser.

No BOT_TOKEN vamos usar o token que o botfather nos deu, e por fim vamos entrar no GitHub para criar um novo token, ele não precisa ter nenhuma permissão já que vamos só usar a api para buscar os repositórios, isso não requer nenhuma permissão especial.

Criando o bot

Primeiro, vamos criar a pasta src e dentro dela um arquivo que vai ser o nosso arquivo de configuração, de lá vamos puxar todas as variáveis do sistema uma única vez. Vamos chamar esse arquivo de config.ts:

import * as dotenv from 'std/dotenv/mod.ts'
await dotenv.config({ export: true })

export const config = {
  bot: {
    token: Deno.env.get('BOT_TOKEN') ?? '',
    secret: Deno.env.get('BOT_SECRET') ?? ''
  },
  gh: {
    token: Deno.env.get('GH_API_TOKEN') ?? ''
  }
}
export type AppConfig = typeof config
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Estamos importando o dotenv, o módulo que carrega as variáveis de ambiente diretamente de um arquivo .env, veja que estamos importando somente com std/dotenv ao invés de usar todo o caminho original da URL.

Depois, vamos criar um arquivo que vai facilitar a nossa vida quando precisarmos criar o nosso webhook outras vezes caso necessário. Vamos criar uma pasta utils e dentro dela um arquivo setWebhook.ts.

Nesse arquivo vamos importar o objeto de Bot do GrammY, que representa toda a interface para a API de bots do Telegram e o nosso arquivo de configuração.

import { Bot } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { config } from '../config.ts'
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Agora vamos iniciar um novo bot com o nosso token chamando a função init:

import { Bot } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { config } from '../config.ts'

const bot = new Bot(config.bot.token)
await bot.init()
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Por padrão o GrammY tem uma API que sobrescreve todas as demais APIs do Telegram e cria uma interface de fácil uso, mas se você precisar ou quiser chamar algum método direto da API, você pode utilizar o objeto bot.api que contém todos os métodos com seus parâmetros.

Lembra que chamamos https://bot.telegram.org/bot<token>/setWebhook? Então vamos usar a função bot.api.setWebhook e passar o primeiro parâmetro do nosso programa para ela, enviando também o secret do nosso bot, o arquivo todo fica assim:

import { Bot } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { config } from '../config.ts'

const bot = new Bot(config.bot.token)
await bot.init()
await bot.api.setWebhook(Deno.args[0], { secret_token: config.bot.secret }).then(console.log)
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Separando a pesquisa

Como vamos fazer um bot para pesquisar no GitHub, a ideia é que digitemos @nossobot <nome do repositório>, e ai podemos fazer uma pesquisa pelo usuário ou pelo nome do repositório sem problemas, então vamos separar essa funcionalidade do resto do bot para podermos manter tudo organizado.

Vamos criar uma pasta chamada core e dentro dela um arquivo gh.ts. A partir daqui vamos usar a fetch API para poder fazer chamadas diretamente à API do GitHub, mas vamos primeiro definir os nossos tipos.

Um item do GitHub tem uma resposta como essa:

export interface GHSearchItem {
  id: number
  name: string
  full_name: string
  owner: {
    login: string
    id: number
    avatar_url: string
    url: string
    html_url: string
  }
  html_url: string
  description: string
  fork: boolean
  stargazers_count: number
  watchers_count: number
  language: string
  forks_count: number
}
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Enquanto o resultado completo da resposta da API é o seguinte:

export interface GHSearchResult {
  total_count: number
  incomplete_results: boolean
  items: GHSearchItem[]
}
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Agora vamos criar a nossa função de busca, a ideia é que vamos receber o parâmetro que estamos buscando, remover a URL, se existir, e de lá fazer a chamada para o nosso endpoint e limitar o resultado a 3 itens por vez.

O nosso arquivo final fica mais ou menos assim:

import { config } from '../config.ts'

export interface GHSearchResult {
  total_count: number
  incomplete_results: boolean
  items: GHSearchItem[]
}

export interface GHSearchItem {
  id: number
  name: string
  full_name: string
  owner: {
    login: string
    id: number
    avatar_url: string
    url: string
    html_url: string
  }
  html_url: string
  description: string
  fork: boolean
  stargazers_count: number
  watchers_count: number
  language: string
  forks_count: number
}

export const search = async (query: string) => {
  const sanitized = query.replace('https://github.com/', '')
  const result = await fetch(`https://api.github.com/search/repositories?q=${sanitized}&per_page=3`, {
    method: 'GET',
    headers: {
      Accept: 'application/vnd.github.v3+json',
      Authorization: `Bearer ${config.gh.token}`
    }
  })
  return result.json() as Promise<GHSearchResult>
}
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O Bot

Agora, vamos para a parte principal, o nosso bot. Para isso vamos criar um novo arquivo dentro de src chamado bot.ts, lá vamos colocar toda a lógica que cerca o nosso bot e tudo que precisamos fazer para ele poder funcionar e responder as mensagens, mas não vamos ouvir o servidor ainda.

Primeiro vamos importar a classe Bot do Grammy, juntamente com nossas configurações e a interface de busca que acabamos de fazer:

import { Bot } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import type { AppConfig } from './config.ts'
import { search } from './core/gh.ts'
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Depois vamos criar uma função chamada getBot, essa função vai trazer nosso bot já configurado. A primeira coisa que precisamos fazer é dizer para o bot que queremos responder a um tipo especial de mensagem chamado inline_query, que é quando o usuário está digitando diretamente na caixa de mensagens.

Para isso, vamos ter que voltar no nosso Telegram e falar com o BotFather novamente, porque, por padrão, o modo inline no bot vem desativado, então temos que mandar o comando /setInline, com isso, o BotFather vai perguntar qual é o bot que você quer alterar as configurações, basta selecionar um da lista.

Após selecionar, mande na próxima mensagem, qual será o texto de placeholder que aparecerá enquanto o usuário está buscando, no nosso caso vai ser "Search GitHub Repos...". E pronto, já estamos prontos.

Agora vamos no nosso arquivo bot.ts e vamos criar um listener para a nossa mensagem:

function getBot(config: AppConfig) {
  const bot = new Bot(config.bot.token)

  bot.on('inline_query', async (ctx) => {
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O nosso objeto de contexto ctx recebe uma série de propriedades da requisição do Telegram para a gente, como a query que o usuário fez, qual é o tipo, ID e etc. E vamos checar se a query está preenchida, ou seja, se o usuário já escreveu algo na query, se não, vamos responder com um array vazio de resultados:

function getBot(config: AppConfig) {
  const bot = new Bot(config.bot.token)

  bot.on('inline_query', async (ctx) => {
    const { query } = ctx.inlineQuery
    if (!query) return ctx.answerInlineQuery([])
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Aqui vamos usar o comando ctx.answerInlineQuery porque queremos que o resultado seja respondido em uma lista de resultados que aparece no topo da caixa de texto, e não como uma mensagem, esse método recebe um array de resultados que segue um padrão específico que vamos montar quando tivermos algum resultado do GitHub.

Se o usuário já fez uma query, vamos passar essa query para o GitHub e verificar se temos algum resultado, isso é bem simples porque o GitHub retorna uma contagem total de resultados na resposta:

function getBot(config: AppConfig) {
  const bot = new Bot(config.bot.token)

  bot.on('inline_query', async (ctx) => {
    const { query } = ctx.inlineQuery
    if (!query) return ctx.answerInlineQuery([])

    const results = await search(query)
    if (results.total_count <= 0) return ctx.answerInlineQuery([])
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Caso encontremos alguma coisa, vamos responder usando ctx.answerInlineQuery com o resultado de um map pelo array de resultados do GitHub, montando a nossa mensagem.

O objeto de resposta da inline query segue a seguinte estrutura:

interface AnswerInlineQuery {
    type: 'article' // Fixo
    id: string // ID unico do item da resposta
    title: string // Título da resposta
    url: string // URL do item da resposta
    cache_time?: number // Tempo que a resposta fica em cache no Telegram
    input_message_content: { // Conteúdo da mensagem enviada ao selecionar a resposta
        message_text: string
        parse_mode: 'Markdown'|'HTML'|'MarkdownV2'
    }
    hide_url: boolean // Se a URL deve ser escondida na lista de resultados
    description: string // Descrição do resulttado
    thumb_url: string // Thumbnail do resultado
}
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Nós temos todas essas informações direto da API do GitHub, basta montarmos o nosso objeto da seguinte forma:

function getBot(config: AppConfig) {
  const bot = new Bot(config.bot.token)

  bot.on('inline_query', async (ctx) => {
    const { query } = ctx.inlineQuery
    if (!query) return ctx.answerInlineQuery([])

    const results = await search(query)
    if (results.total_count <= 0) return ctx.answerInlineQuery([])

    return ctx.answerInlineQuery(
      results.items.map((item) => ({
        type: 'article',
        id: item.id.toString(),
        title: item.full_name,
        url: item.html_url,
        cache_time: 300,
        input_message_content: {
          message_text: `[${item.full_name}](${item.html_url})
  _${item.description || 'No Description'}_

  *Stars:* ${item.stargazers_count}
  *Forks:* ${item.forks_count}
  *Language:* ${item.language}`,
          parse_mode: 'Markdown'
        },
        hide_url: true,
        description: item.description || 'No description',
        thumb_url: item.owner.avatar_url
      }))
    )
Enter fullscreen mode Exit fullscreen mode

Veja que eu estou mandando um texto em Markdown no body da mensagem, esse texto vai ser enviado quando o usuário selecionar aquele resultado. Você pode mudar essa imagem para retornar o que você achar mais legal.

Por fim retornamos o bot e exportamos a nossa função, o arquivo total fica dessa forma:

import { Bot } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import type { AppConfig } from './config.ts'
import { search } from './core/gh.ts'

function getBot(config: AppConfig) {
  const bot = new Bot(config.bot.token)

  bot.on('inline_query', async (ctx) => {
    const { query } = ctx.inlineQuery
    if (!query) return ctx.answerInlineQuery([])

    const results = await search(query)
    if (results.total_count <= 0) return ctx.answerInlineQuery([])

    return ctx.answerInlineQuery(
      results.items.map((item) => ({
        type: 'article',
        id: item.id.toString(),
        title: item.full_name,
        url: item.html_url,
        cache_time: 300,
        input_message_content: {
          message_text: `[${item.full_name}](${item.html_url})
  _${item.description || 'No Description'}_

  *Stars:* ${item.stargazers_count}
  *Forks:* ${item.forks_count}
  *Language:* ${item.language}`,
          parse_mode: 'Markdown'
        },
        hide_url: true,
        description: item.description || 'No description',
        thumb_url: item.owner.avatar_url
      }))
    )
  })
  return bot
}

export { getBot }
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Juntando tudo

Para colar todas as partes juntas, vamos criar o arquivo src/mod.ts que é o arquivo principal de entrada do Deno. Nele a gente vai inicializar o nosso bot usando webhooks, para isso vamos ter que importar a função webhookCallback do GrammY que serve justamente para setar o bot para ouvir determinadas requisições usando um servidor padrão web, no nosso caso o std/http.

Primeiro vamos importar tudo o que precisamos:

import { webhookCallback } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { serve } from 'x/sift@0.5.0/mod.ts'
import { getBot } from './bot.ts'
import { config } from './config.ts'
const bot = getBot(config)
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Agora vamos inicializar o nosso handler de resposta para o servidor:

import { webhookCallback } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { serve } from 'x/sift@0.5.0/mod.ts'
import { getBot } from './bot.ts'
import { config } from './config.ts'
const bot = getBot(config)

const handleUpdate = webhookCallback(bot, 'std/http', { 
    secretToken: config.bot.secret 
})
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A função handleUpdate é o retorno do GrammY quando dizemos para ele criar um objeto de resposta com bot usando o std/http como servidor. No entanto, não estamos utilizando o módulo nativo do Deno para criar um servidor web, mas sim o Sift, que é um framework web para criação de servidores sem fugir muito do padrão que o Deno já possui.

A ideia é que temos uma função serve, assim como temos na std/http, mas podemos passar um objeto de configuração para essa função, onde cada chave é a rota que estamos ouvindo, e o valor da chave é o handler de resposta:

import { webhookCallback } from 'x/grammy@v1.11.0/mod.ts'
import { serve } from 'x/sift@0.6.0/mod.ts'
import { getBot } from './bot.ts'
import { config } from './config.ts'
const bot = getBot(config)

const handleUpdate = webhookCallback(bot, 'std/http', { secretToken: config.bot.secret })

serve({
  '/': (req) => {
    return req.method === 'POST' ? handleUpdate(req) : new Response('Not found', { status: 404 })
  }
})
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Veja que estamos sempre ouvindo a rota /, e quando detectamos que a rota não é um POST, vamos responder com um status 404, do resto vamos passar a nossa requisição para o bot.

Testando localmente

Para testarmos localmente podemos iniciar o nosso bot com denon run -A ./src/mod.ts e ele já deve estar ouvindo com sucesso na porta que definirmos.

Se você tiver um erro na hora de executar, tente cachear localmente as dependências com deno cache --reload ./src/mod.ts ou CMD + SHIFT + P no VSCode e procure por "Deno: Cache" e selecione "Deno: Cache Dependencies"

Agora é só ir até o Telegram e realizar requisições usando o @ do seu bot:

Criando bots para o Telegram com o GrammY
Você pode tentar esse comando ai mesmo!

Porém, esse método exige que tenhamos que sempre ter uma URL para setar o nosso webhook, o que pode ser um problema, porque essa URL pode mudar. Com isso, para testar localmente, uma das melhores formas é utilizar uma arquitetura de long pooling, que vai periodicamente checar por novos eventos no Telegram.

Isso é super simples, o que precisamos fazer é iniciar o nosso bot em outro modo que não o de WebHooks, vamos criar um novo arquivo em utils/pooling.ts:

import { getBot } from '../bot.ts'
import { config } from '../config.ts'

const bot = getBot(config)
bot.start({
  onStart: ({ username }) => console.log(`Bot started as @${username}`),
  drop_pending_updates: true
})
Enter fullscreen mode Exit fullscreen mode

Por padrão, o bot.start do GrammY vai iniciar o bot em modo de long pooling, enquanto você precisa explicitamente dizer para ele iniciar em um modelo de Webhook.

Depois, basta que executemos nossa task no Deno com deno task start e vamos ter o mesmo resultado.

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