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Vinicius Almada
Vinicius Almada

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Compilação e linkagem com GCC/G++

O GCC é a sigla para GNU Compiler Collections e trata-se de um compilador usado em linguagens como C/C++. O trabalho principal de um compilador é transformar um código-fonte em um código binário executável a nível de linguagem de máquina. E é com ele também que se faz a associação com bibliotecas externas (linkagem), geração de códigos para debugging e também arquivos objeto.

Neste resumido artigo será mostrado algum dos comandos mais básicos do GCC (foco em C++, logo o comando usado é o g++) para geração de arquivos usados na criação de um executável. A principal fonte e também leitura recomendada é o manual do programa que pode ser acessado pelo comando man gcc, ou de forma resumida com gcc --help.

Uso básico do GCC

Ao passar um arquivo para o compilador, as etapas a serem executadas são as seguintes:

  • Preprocessamento
  • Compilação e assembly
  • Linkagem

É possível parar o processo em uma dessa etapas caso se queira e assim gerar arquivos intermediários.

Parar após preprocessamento

Nesta etapa, ocorre, por exemplo, a inclusão dos arquivos de cabeçalho indicados com a diretiva #include e também a substituição das macros (#define), além da inclusão de códigos que passam pelos blocos condicionais (#if, #ifdef, #ifndef, etc) entre outra operaçôes.

O resultado é um arquivo ainda com cara de C++ porém com dezenas de milhares ou mais de linhas de código pois inclui as definições de todos os arquivos externos (arquivos *.h). Convencionalmente, a extensão desse arquivo é .ii.

Para gerar o arquivo pós-preprocessamento usa-se a opção -E (é preciso indicar um arquivo de saída, ou então será usado o console).

g++ -E arquivo.cpp -o arquivo.ii
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Parar após a compilação

No processo de compilação, o código fonte é transformado em código assembly (extensão .s) porém, ainda em formato texto (pode ser visualizado num editor comum).

Para se obter esse arquivo passa-se a opção -S. O arquivo de entrada pode ser tanto um .cpp quanto um .ii.

g++ -S arquivo.ii -o arquivo.s
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Parar após o assembler

Após a compilação, é gerado um código em assembly mas no formato texto, no entanto, o executável precisa estar no formato binário e para isso é preciso passar pelo etapa do assembler que vai gerar um arquivo binário, porém ainda não executável.

No ambiente Linux, esse arquivo é chamado de arquivo objeto e tem extensão (.o), ele contém os símbolos (assunto para outro post) do programa já no formato binário.

Para se chegar nesse arquivo pode se passar qualquer formato anterior com a opção -c. Essa opção também é conhecida como "compilar sem linkar", pois é a única etapa pendente para se chegar no executável final.

g++ -c arquivo.s -o arquivo.o
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Adicionar informações para debugging

O debugger do GCC/++ é o gdb e para ser usado precisa que o executável contenha informações adicionais no executável final. Para incluir essas informações passa-se a opção -g.

g++ -cg arquivo.cpp -o arquivod.o
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Linkagem

Caso se queira compilar e linkar com as bibliotecas, não é necessário passar a opção -c. Entende-se que o compilador irá passar por todas as etapas, incluindo a última que é a linkagem com os dependências externas.

Uma vez compilados os arquivos .cpp e gerados arquivos .o, para se obter o binário executável é necessário passar pelo processo de linkagem.

Para isso passam-se os arquivos compilados .o e a lista de bibliotecas com a opção -l e nome da lib, sem o prefixo lib (por exemplo, -lGL para linkar com a libGL). Caso seja necessário linkar com uma lib dinâmica (.so) que não esteja no sistema, pode-se passar o endereço dessa lib com a opção -L. Para linkar com uma lib estática (.a), passa-se o arquivo junto dos demais arquivos compilados .o.

É importante indicar o arquivo binário final com a opção de output -o.

g++ arquivo.o -lGL another_lib.a -o program
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Conclusão

Aqui foram mostradas, por alto, alguns dos comandos mais básicos na geração de arquivos do GCC na hora de compilar e gerar o programa,. Há mais opções úteis quando se tem uma ferramenta tão poderosa assim que pretendo trazer em outro post, como otimizações para gerar programas mais eficientes (porém com compilação mais lenta) e até indicação de qual standard usar (c++11, c++14, etc.).

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