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Tiago Ribeiro Navarro de Andrade
Tiago Ribeiro Navarro de Andrade

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Redes Sociais — 1ª verdade dolorosa

No inicio dos anos 2000 fomos surpreendidos por uma significativa mudança na nossa relação com o universo tecnológico — o Second Life. Para quem não se lembra ou não fez questão de conhece-lo na época, se trata de um jogo que prometia virtualizar a nossa realidade num ambiente gráfico tridimensional contento aspectos que simularia nossas vidas real e social.

O jogo alcançou seu auge lá por volta do ano de 2007, após 4 anos do seu lançamento, chamando a atenção da mídia internacional pela quantidade de participantes, porem, depois desse período ele foi superado por outras redes sociais.

Sem entrar em detalhes da complexidade desse ambiente virtual que pretendia simular muitos aspectos do que denominamos “vida real”, e o que me levou a pensar em uma análise das redes sociais em mais de um post (por isso o título enumerando mais de uma verdade, parafraseando Budda em sua metodologia para estudar o sofrimento humano — as 8 nobres verdades), vamos observar um ponto que o transformava em uma pedra no sapato dos usuários — a monetização da rede social.

Qualquer rede social se sustenta em dois pilares, em uma ponta há os usuários e na outra os seus desenvolvedores, e por mais que nos esqueçamos, todo aquele que empreende almeja receber o retorno do seu esforço em empreender.

Estou desenvolvendo um estudo em que avalia a propagação das postagens em redes sociais. Tem me chamado a atenção o modo como nos rendemos a essa virtualização de nossas realidades, como precisamos da validação de nossas opiniões em redes sociais e como tem sido importante concordarmos com uma sutil imposição que elas nos apresenta — devemos ter opiniões formadas sobre qualquer assunto.

De maneira geral as redes sociais funcionam com o compartilhamento de informações dentro de seus ambientes virtuais. Em muitas delas o objeto a ser compartilhado é um texto, fotos, vídeos, ou qualquer outro conteúdo de mídia que expresse uma opinião ou sentimento, e que é convertido naquela plataforma como informação sobre os usuários. Essas informações são a monetização da rede social, elas possuem muito valor agregado e que o nosso encantamento por estar pertencendo a um ambiente virtual nos leva a distração dessa verdade.

Atualmente quase todas as redes sociais limitam a propagação de nossas postagens a uma taxa de conversão muito baixa, o que nos permite dizer que as viralizações estão sumindo do nosso cotidiano às custas de postagens patrocinadas, quer dizer, deve-se remonetizar a nossa experiência para ser vistos e “ouvidos”. As redes sociais que ainda mantem taxas orgânicas de propagação são o YouTube, pois esse é o seu negocio — se passar a limitar views perderá o sentido de ser, e o LinkedIn, que até incentiva os seus usuários a criarem artigos.

Quem deseja ser reconhecido nas redes sociais, principalmente as empresas, que buscam o ambiente virtual para tornarem suas marcas conhecidas, deverá se tornar consciente das limitações que por enquanto encontramos nas realidades virtualizadas. Há necessidade de se investir tempo e dinheiro, e afastar a crença de que o meio virtual seja mais simples, em realidade é o oposto, se faz necessário muito estudo, das métricas de cada rede, e dedicação no fortalecimento do seu empreendimento.

Por hora vou ficar por aqui e em breve trago um novo ponto para refletirmos.

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